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 | 15/11/2012 06h02min

Novo diretor de São Pedro de Alcântara terá de manter linha dura e tolerância zero aos presos

Atualizada às 06h02min Diogo Vargas  |  diogo.vargas@diario.com.br

A saída de Carlos Alves da direção da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, anunciada nesta quarta-feira à tarde, deixa as autoridades do sistema prisional e da Secretaria da Justiça e Cidadania com uma dura missão: encontrar um novo ocupante da função que mantenha a linha de disciplina rígida onde estão os líderes da facção criminosa e considerados pela polícia como os bandidos mais perigosos do Estado.

O futuro diretor será definido pelo diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, que deverá efetivar um agente que integrava a equipe do antecessor e conhece a prisão.

A promessa do governo é seguir com tolerância zero ao crime e a regalias dentro da prisão. Agentes penitenciários e colegas de Carlos na Capital afirmam que o cargo é considerado o mais desafiador, justamente porque a tarefa é gerenciar e lidar com bandidos que a todo instante fazem ameaças contra à vida.

— Esse é o pior cargo do governo. O cara fica na linha de frente o tempo todo, não pode tolerar indisciplina e manter a moralização lá dentro. A vida particular também muda, passa a ter de andar com escolta onde for — disse um agente.

Carlos ficou mais de dois anos no comando da Penitenciária, onde estão 1,2 mil presos, entre eles os cabeças do Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Nos últimos anos, a cadeia registrou a morte de mais de 10 detentos em brigas e ordens de execução por desentendimentos e vinganças.

Com o perfil durão, de não conceder regalias aos presos, Carlos tinha a total confiança do Deap. Nas últimas semanas, o diretor viveu o pesadelo da morte da mulher, a agente penitenciária Deise Alves, 30 anos, executada quando chegava em casa. A polícia investiga a morte como uma represália ao trabalho do diretor e marido, cujo mandante estaria preso em São Pedro de Alcântara.

Nesta semana, enfrentou denúncias de tortura numa cela que teria comandado depois da morte da mulher. Um vídeo gravado por presos em um telefone celular chegou à promotora de São José, Márcia Arend, que abriu investigação por improbidade administrativa.

Carlos negou abuso. O Deap disse que ele agiu para conter um tumulto com o uso legítimo da força. Desde então, em meio aos atentados, passou a ser pressionado supostamente por presos do PGC a deixar o cargo. Foi então que teria pedido o afastamento.

- O grande pecado de Carlos, e ele está sendo punido pela sua eficiência - comentou o diretor do Deap sobre a saída, na entrevista coletiva de quarta-feira, em Florianópolis.

Ele fambém foi gerente do Presídio Santa Augusta, em Criciúma. Além da experiência e o estilo forte, tem no currículo o fato de ser avaliado como um dos principais instrutores e especialistas em intervenções táticas e distúrbios em prisões no País.

DIÁRIO CATARINENSE

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