| 08/09/2008 07h10min
Maior cidade ao norte do Rio Grande do Sul, Passo Fundo (RS) cresceu à margem de uma estrada e hoje se destaca no agronegócio brasileiro. De rota de tropeiros e gado para os Estados do Sudeste do país, o município passou por ciclos que alavancaram o desenvolvimento da região e hoje vive, principalmente, da soja e das indústrias ligadas ao grão.
Passo Fundo está entre as dez cidades mais populosas do Rio Grande do Sul. Dos 183 mil habitantes, a imensa maioria vive na zona urbana, mas nem sempre foi assim. Em 1950, a população era a metade do que é hoje e quase 70% moravam na zona rural. Desde o surgimento, há 151 anos, o município teve raízes na agricultura e na pecuária.
Ainda no século 17, os tropeiros reuniam o gado e seguiam para feiras no Estado de
São Paulo. Lá os animais eram vendidos a outros
tropeiros que os levavam para a região de Minas Gerais. Além do gado, entre 1890 e 1940 a erva-mate e a madeira sustentavam a economia da região.
– Havia uma logística de transporte por trem e pelo rio Uruguai num processo econômico em torno da extração, industrialização e comercialização da madeira – conta o historiador João Carlos Tedesco.
Já entre as décadas de 30 e 60 do século passado um novo ciclo ocorreu. O trigo impulsionou os negócios e determinou o crescimento de Passo de Fundo.
– Essa cultura [do trigo] traz uma dinâmica econômica e industrial para Passo Fundo. Tínhamos uma indústria moageira fortíssima – diz Tedesco.
Até os anos 80 a agropecuária foi a principal responsável pelos empregos e pelo Produto Interno Bruto (PIB) do município. Mas a partir dos anos 60 foi a soja que passou a ditar o ritmo próspero da economia passo-fundense. Hoje são produzidas mais de 112 mil toneladas do produto em
37,6 mil hectares. Cerca de 40% da receita da
cidade vem do comércio e prestação de serviços. O restante fica com a indústria e a agricultura.
– Passo Fundo continua dependente da cultura da soja, só que nós últimos anos está atraindo matrizes industriais de ramos diversificados, seja no campo do leite, das agroindústrias, subprodutos derivados da soja, biodiesel e outras atividades em sinergia, em correlação com a produção agrícola – explica o historiador.
Nesse sentido, o cientista político Eduardo Svartman alerta: para que o real desenvolvimento ocorra, campo e cidade têm que caminhar juntos, e por isso é necessário que o eleitor observe todas as propostas dos candidatos à prefeitura nessas eleições.
– Para que esse processo de crescimento econômico seja acompanhado de desenvolvimento, melhoria na qualidade de vida da maior parte da população, de repartição de renda e da riqueza produzida – justifica.
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