| 25/08/2008 13h58min
Mais de 800 mil eleitores devem ir às urnas no dia 5 de outubro para eleger o prefeito de Goiânia, uma cidade de 75 anos que é a capital de um dos principais Estados produtores do país. Goiás já foi um dos grandes personagens da história da mineração do Brasil, mas se destaca hoje na produção de grãos e de carnes.
Goiânia é uma cidade jovem, foi fundada em 1933 por Pedro Ludovico Teixeira e planejada para ser a sede da administração estadual. Um município de muitos prédios, mas também de muitas árvores, a capital de Goiás conserva a maior área urbana verde do país, e a segunda maior do mundo: são 94 metros quadrados de matas por habitante. E a população vem crescendo a cada ano.
– Goiânia contemporânea foi projetada para 50 mil habitantes, e hoje tem 1,5 milhão de habitantes. Uma capital com todos os problemas das grandes capitais, ela foi um capital moderna para os anos 40 no estilo arte-decó – explica o historiador Nasser Saul.
Pelo centro da cidade, é possível ver sinais dos 75 anos da capital. Por todos os lados, há construções já tombadas pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Um dos marcos históricos de Goiânia é o coreto localizado na praça cívica. Trata-se de um local que faz parte da construção da cidade, pois sempre serviu de palco para manifestações artísticas, culturais e políticas.
– A praça cívica foi o primeiro conjunto arquitetônico erguido. Ela simboliza os elementos básicos do poder. Um fruto do Estado Novo. O coreto é a parte mais rural, já que traz o interior pra capital. Um elemento agregador de tradições e modernidades que estão no contexto da construção de Goiânia – diz Nasser Saul.
Segundo o historiador, a construção de Goiânia foi o apogeu de uma história iniciada com a mineração:
– A partir da crise da mineração do século XVIII, nós passamos por um processo acelerado de urbanização da sociedade, onde a pecuária e a agricultura se tornam elementos fundamentais pra vida e pro desenvolvimento do Estado de Goiás, como um todo. Então, a questão do agronegócio é a ponta de todo um processo histórico coerente e natural da vida do Estado de Goiás e depois, com Goiânia, ele acelera.
Pelas ruas da cidade, é possível ver que o agronegócio não faz parte da paisagem. Mas, segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner, o setor é o principal combustível da economia de Goiânia. Isso porque se trata da capital de um Estado que tem 70% do produto interno bruto baseado no campo.
– Goiânia representa a pujança do agronegócio, representa aquilo tudo de positivo que o agronegócio contribuiu para Goiás e para o Brasil. Portanto, ela é a capital do boi, a capital da soja, a capital do leite, a capital da cana, a capital das agroindústrias – define Schreiner.
É por isso que, para ele, o agronegócio precisa ser prioridade nas propostas de qualquer candidato à prefeitura da capital:
– Prefeitos que tem a disposição de dialogar com o segmento produtivo, de dialogar com produtores rurais, de estarmos construindo propostas para alavancar o agronegócio, sem dúvida, são propostas que vem de encontro aos anseios dos produtores rurais e dos municípios e do nosso Estado.
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