| 27/08/2008 09h25min
De uma pequena vila fundada por colonizadores mineiros, Campo Grande transformou-se na cidade mais importante de Mato Grosso do Sul. Em 109 anos de história, a capital do Estado virou destaque no agronegócio nacional, e mesmo com o crescimento focado na urbanização, o campo ainda contribui para a geração de renda do município.
O monumento do carro de boi, que simboliza a chegada dos primeiros colonizadores no final do século XIX, é uma imagem que representa muito pouco da realidade atual de Campo Grande, uma cidade em constante crescimento.
O desenvolvimento guiado pela modernização chegou e o concreto avançou sobre o campo: vieram as praças - que valorizam os encantos do pantanal - , os prédios e o asfalto. O cenário da cidade, que já foi o principal
centro comercial bovino da região, mudou. Hoje, mais de 90%
dos 720 mil habitantes vivem na zona urbana.
A economia de Campo Grande, que se tornou capital de Mato Grosso do Sul em 1977, é baseada na geração de renda das indústrias, comércio e serviços. Mas apesar da urbanização, o campo ainda tem papel importante nas finanças da cidade, como explica o consultor da BM&F Centro-Oeste João Pedro Cuthi Dias:
– Apesar da economia de Campo Grande estar focada em outros setores, todos dependem da produção agrícola e do bom desenvolvimento do setor primário, já que as indústrias instaladas na cidade (na grande maioria) dependem da matéria prima que vem do campo.
O presidente da Associação de Produtores de Sementes e Mudas (Aprossul), Carmélio Romano Roos, afirma que embora não tenha uma vasta produção de grãos, a cidade possui produção de hortifrutigranjeiros, aves, suinocultura, e pecuária que mesmo em escalas não muito grandes, refletem a importância do setor no
município..
Conhecida como cidade morena, por causa da cor
escura do solo, Campo Grande é referência em um Estado que tem a agropecuária como a principal locomotiva do desenvolvimento. A capital sul-mato-grossense, que a cada ano ganha ares de metrópole, possui um dos maiores parques frigoríficos do país, com capacidade de abater em média 10 mil bois por dia. O índice representa um resumo do potencial pecuário de Mato Grosso do Sul, que possui o segundo maior rebanho bovino do país com mais de 21,8 milhões de animais.
O Estado é responsável por 6% dos grãos produzidos em todo o Brasil. Números que, segundo os representantes da classe produtora, reforçam a necessidade do desenvolvimento da capital andar lado a lado com o avanço da produção no campo. Uma condição ímpar para que o setor minimize as barreiras para o crescimento.
– Campo Grande como capital é a cidade mais importante do Estado e é a que, sem dúvida, pode abrigar iniciativas e empreendimentos que vão refletir em todo o agronegócio do Estado. Inclusive,
com estrutura de modais,
de logística, que possam facilitar o agronegócio do Estado como um todo. O desenvolvimento da classe política ligada a este setor, ao comprometimento deste setor que é tão importante para a economia do Estado deve ser priorizado pela classe política – declarou Eduardo Riedel, vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul).