O advogado do sargento César Rodrigues de Carvalho, suspeito de acessar dados sigilosos de políticos, jornalistas e policiais, afirmou nesta terça-feira que o PM buscava as informações a mando do tenente-coronel Frederico Bretschneider Filho.

Adriano Marcos dos Santos Pereira disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que Rodrigues foi orientado a pesquisar quantos carros existem registrados em nome do Partido dos Trabalhadores (PT) no Estado, devido à suspeita de que a governadora Yeda Crusius estava sendo seguida. O advogado também justificou o livre acesso do suspeito ao sistema de consultas integradas:

— A senha master foi concedida ao Rodrigues pelo secretário da Segurança Pública para ele exercer o papel de inteligência. O Rodrigues participou ativamente das principais operações policiais que ocorreram no Rio Grande do Sul — explicou.

O advogado afirma que o acesso do sargento às informações não prejudicava investigações policiais. Sobre a suspeita de que Rodrigues recebia propina de proprietários de bingos em Canoas, Pereira explicou que o policial militar teria participado de uma operação para fechar casas de jogos no município, o que teria desagradado os donos.

César Rodrigues presta depoimento no Ministério Público nesta semana. Ele está preso na sede do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE). O advogado do suspeito pediu a revogação da prisão na 3ª Vara Criminal de Canoas e deve ingressar com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça ainda nesta terça-feira.

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