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 | 03/09/2010 17h33min

Sargento suspeito de extorsão ganhou promoção três dias antes de ser preso

Segundo o MP, um outro oficial da BM está sendo investigado, mas não teve o nome divulgado

Cid Martins  |  cid.martins@rdgaucha.com.br

O sargento César Rodrigues, que teve nome e foto divulgados pela promotoria, foi exonerado da Casa Militar na última terça-feira, isso após o Ministério Público (MP) ter obtido na Justiça a prisão preventiva dele na semana passada. Além disso, conforme Diário Oficial, nessa mesma data ele recebeu uma função gratificada que pertencia a um coronel, que foi lotado para a Assembléia Legislativa.

Leia mais: Brigada Militar acionou corregedoria para acompanhar o caso

Segundo o promotor criminal de Canoas, Amilcar Macedo, o sargento foi flagrado usando carro oficial da segurança da governadora para cobrar propina de bingos. Além disso, um oficial da Brigada Militar, que não teve o nome divulgado pelo MP, também será investigado por suposto envolvimento nas irregularidades.

— Já temos apontamentos de no mínimo um outro oficial, e não só desse praça ou sargento, mas um outro oficial envolvido nessa arrecadação de propina — explicou o promotor.

A investigação iniciou há pouco mais de três meses após denúncia de um contraventor de caça-níqueis extorquido pelo sargento. Ele é suspeito de cobrar propina há pelo menos dois anos, mesmo período em que começou a atuar na Casa Militar.

A promotoria tem imagens de vídeo e informações sobre depósitos bancários do contraventor na conta do militar e da esposa dele. A prisão do suspeito estava prevista para os próximos dias, mas ocorreu nesta sexta-feira por que ele poderia prejudicar a investigação.

Segundo a apuração, o sargento Rodrigues fazia o chamado trabalho de "contra-inteligência", ou seja, apurava informações de quem investigava ele e inclusive do contraventor. Sobre o acesso a dados sigilosos, cerca de 1200 por semana, o promotor está averiguando para quem o sargento fazia isso e se tem envolvimento político. Isso porque tem outros suspeitos que são vinculados a ele e a candidatos.

O militar levantava informações de um partido político, de um ex-ministro gaúcho, de um senador pelo Estado, de delegados, de oficiais das Forças Armadas e também da Brigada Militar. Inclusive o oficial do Comando Metropolitano, que teve informações acessadas pelo sargento, chegou a receber ameaças.

A promotoria só vai divulgar gravações após conclusão da perícia e tem 15 dias para oferecer denúncia, mesmo que as investigações continuem.

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