Nesta tarde, o Ministério Público (MP) revelou novas informações sobre o conteúdo das consultas feitas ilegalmente pelo sargento Cesar Rodrigues, preso na sexta-feira, suspeito de extorsão a contraventores de máquinas caça-níqueis em Canoas, na Região Metropolitana. O brigadiano, que na época era lotado na Casa Militar, acessou diversas vezes o sistema de Consultas Integradas para buscar informações relativas ao PT.

— Ele estava investigando o Partido dos Trabalhadores. Investigou os diretórios, tanto estadual quanto municipal, endereços. Investigou veículos, placas de veículos, em nome de quem estavam estes veículos — explicou o promotor Amilcar Macedo.

O sargento estaria acessando dados sigilosos de políticos e outras autoridades no sistema da Secretaria de Segurança. A suspeita do MP é que ele faria uso político dos dados que colhia e tentaria prejudicar as investigações pressionando testemunhas.

Ao lamentar a situação, o secretário-geral do PT no Rio Grande o Sul, Carlos Pestana, afirma que o partido vai aguardar mais informações para se manifestar de maneira concreta. Uma reunião de cúpula do partido deve ocorrer na quarta-feira para determinar medidas a serem tomadas pela legenda.

O Comando da Brigada Militar (BM) confirmou a instauração de inquérito policial militar para investigar supostos crimes cometidos pelo sargento. Para o comandante Geral da BM, coronel João Carlos Trindade, a investigação tem objetivo de esclarecer quais foram os crimes cometidos pelo sargento, e qual era o objetivo dele:

— Tanto essa questão da coação, da busca do dinheiro dos infratores, quanto do uso inadequado da informação dos sistemas policiais, isso tem de ser verificado. Nem tanto pela questão do próprio acesso, mas o que se fazia dessas informações e para que elas eram acessadas.

Neste sábado, também foi confirmada pela promotoria de Canoas a participação de pelo menos um oficial da ativa da BM e pelo menos mais dois civis no esquema.