| 07/09/2010 03h08min
O promotor Amilcar Macedo, 44 anos, conduz o caso do sargento da BM César Rodrigues de Carvalho, preso preventivamente por supostamente extorquir R$ 5 mil de um contraventor.
Zero Hora – O que o senhor tem de concreto na investigação?
Amilcar Macedo – A participação do sargento em um esquema de corrupção e cobrança de propina em troca da cobertura a contraventores.
ZH – Além do contraventor que fez a denúncia há outros?
Macedo – Outros sete estariam contribuindo com valores de R$ 5 mil a R$ 6 mil mensais.
ZH – E o destino do dinheiro?
Macedo – Não temos certeza. Uma suspeita é de que seria para uso político. Outra, para uso próprio. Tanto que o contraventor fazia depósitos na conta dele e na da sua mulher.
ZH – Quem levou o sargento para a Casa Militar?
Macedo – Havia 16 candidatos ao cargo. Sua escolha deveu-se ao fato de ser uma pessoa bem articulada e muito bem relacionada com as polícias. Sabemos que, na Casa Militar, por duas vezes seu envolvimento com a contravenção foi denunciado. E que seus chefes não instauraram nenhum procedimento.
ZH – Como a investigação de extorsão se liga ao acesso dele a informações confidenciais?
Macedo – Tão logo o contraventor prestou depoimento na Promotoria, começou a ser ameaçado pelo sargento. Ele percebeu que o contraventor estava sendo investigado e começou a tomar medidas de contrainteligência para dificultar a investigação.
ZH – Como o senhor chegou à lista das pessoas espionadas?
Macedo – Fomos verificar os acessos que ele teve de janeiro de 2009 a agosto deste ano. Para a nossa surpresa, o sargento não só acessou os nossos agentes de inteligência como os dados de quase 40 pessoas.
ZH – Ele agia sozinho?
Macedo – O sargento é peça de uma engrenagem. Ele trabalha para alguém. Ainda não descobrimos para quem. Mas vamos identificá-lo.
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