| 19/11/2010 14h10min
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Um dos duelos de histórico mais conturbado do Campeonato Brasileiro vai ser reeditado neste sábado, no Estádio Olímpico. Ao retrospecto ríspido do embate entre Grêmio e Atlético-PR será acrescentado um elemento de disputa com alto grau de tensão: a luta pela vaga na Libertadores de 2011. Mesmo assim, é provável que a intensidade do confronto não se igualará a edições passadas da contenda.
28 Julho de 2007: a primeira briga
O empate em 1 a 1 pela 15ª rodada do Brasileirão 2007 foi o primeiro episódio de uma história de discussões, agressões e violência. Após a partida, as duas equipes lamentaram o resultado. Do lado tricolor, Mano Menezes creditou à intranquilidade a falta do gol que daria a vitória ao Grêmio, que possuía vantagem númerica a partir da expulsão de Claiton, aos 26 do 2º tempo. Pelo lado atleticano, dois jogadores saíram de campo diretamente para o hospital. Alex Mineiro sofreu uma fratura no nariz e no maxilar depois de uma dividida com Tcheco. Em outro lance, Evandro teve quatro dentes quebrados. Um dia depois, o clube paranaense divulgou uma nota de repúdio sobre a suposta violência do time gaúcho.
31 Outubro de 2007: o segundo round
Dezenove rodadas depois, a batalha recomeçou. O Grêmio começou melhor, com um paredão formado por Eduardo Costa e Sandro Goiano. Mais à frente, Tcheco e Diego Souza coordenavam as ações de ataque. A cada toque na bola do capitão tricolor, o estádio fremia em vaias. Mesmo assim, Tcheco conseguiu criar algumas boas oportunidades, todas desperdiçadas pela dupla Marcel e Tuta. No intervalo, Mano colocou Jonas em campo, mas a substituição não foi suficiente para mexer no placar. Aos 4 minutos da segunda etapa, o colombiano Ferreira marcou para os donos da casa. Após a expulsão de Tcheco, por reclamação, Michel ampliou: 2 a 0 para o Furacão.
Tcheco foi agredido após ser expulso.
Na saída de campo, aos 18 do segundo tempo, o capitão gremista foi alvo de uma confusão não esclarecida no vestiário. Ele alegou ter sido agredido pelos seguranças do então presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia. Paulo Pelaipe acusou:
— O jogador está todo marcado, foi agredido pelos seguranças do Petraglia. É lamentável que um dirigente, que deveria ser o ponto de equilíbrio do clube, desça ao vestiário para agredir um jogador.
O apito de Wagner Tardelli não deu fim à briga. Após provocação de Claiton, Eduardo Costa se arremessou em uma voadora nas costas do adversário. Em seguida, o volante gremista foi perseguido até o vestiário tricolor por jogadores enfurecidos. Os seguranças do Grêmio os contiveram, mas não puderam evitar que Tcheco e Eduardo Costa parassem na delegacia. O capitão dirigiu-se à 8ª DP para fazer corpo de delito e denunciar Petraglia, e o volante foi levado por queixa de Claiton.
21 de setembro de 2008: dois pontos perdidos
O empate sem gols na Arena da Baixada, na 26ª rodada do Brasileirão de 2008, foi um resultado ruim para as duas equipes. O Grêmio de Celso Roth, que liderava o campeonato havia 12 rodadas, deixou dois pontos importantes no Paraná, contra um adversário que brigava contra o rebaixamento. A partida sedimentou o Atlético-PR na 16ª posição, ainda na zona da degola.
Herói da Batalha dos Aflitos, Galatto fechou o gol. O problema é que, naquela época, ele já não defendia mais o Grêmio. Ainda no primeiro tempo, foram três chances desperdiçadas por Perea, Marcel e Paulo Sérgio. Logo no início da etapa complementar, Tcheco acionou novamente o colombiano, que parou em mais uma contenção precisa do ex-goleiro gremista. Aos 42, Alicio Pena Junior não marcou pênalti em Soares e gerou grande constestação dos jogadores do Tricolor. Resultado final: 0 a 0 e decepção completa.
5 de julho de 2009: desforra após eliminação
A eliminação na semifinal da Libertadores, contra o Cruzeiro, e os seis jogos sem vitória incensaram a insatisfação da torcida gremista no fim do primeiro semestre de 2009. A partida contra o Atlético-PR, no Olímpico, na 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, serviu para afirmar Maxi López no comando do ataque.
Em 11 minutos, foram três gols.
O jogador, que havia passado em branco na competição continental, marcou dois logo no início do jogo. Aos 4 minutos, abriu o marcador com chute de canhota após passe de Fábio Santos. Apenas dois minutos depois, o lateral entrou livre pela esquerda e cruzou na cabeça do argentino, que mandou para o fundo das redes. Herrera fez o terceiro aos 11, concluindo jogada tramada por Maxi e Tcheco.
Uma reação improvável, no entanto, pareceu vir à tona aos 21, com o tento de Rafael Moura, lançado por Paulo Baier. Minutos depois, o atacante do Atlético-PR se exaltou e empurrou Souza, que caiu no chão. Apesar dos ânimos inflados pela discussão, os jogadores paranaenses não conseguiram reverter o placar. O gol de Herrera, no fim, afundou os adversários na zona de rebaixamento.
29 de agosto de 2010: incerteza sobre o novo técnico
Vilson fez o seu primeiro com a camisa tricolor.
O cenário do primeiro confronto entre Atlético-PR e Grêmio neste Brasileirão não era o mesmo do jogo do próximo sábado. No dia 29 de agosto, o Tricolor respirava ainda o ar de uma zona desconfortável e agora distante. O time da Azenha chegou ao Paraná levando, na bagagem, três pontos conquistados em três jogos sob o comando de Renato. Com a tutela do ídolo de 83, o Tricolor havia superado o Goiás, em casa, e perdido para o Ceará, fora, e para o Santos, no Olímpico. Um resultado positivo era esperado com ansiedade pela torcida, ainda incerta sobre a contratação do treinador.
Na tabela, a 17ª rodada foi o último contato do Grêmio com as piores equipes da competição. Os gaúchos começaram perdendo, após uma falha de Rochemback. Aos 35 minutos do 1º tempo, Maikon Leite passou por Rafael Marques, driblou Victor e fez 1 a 0. A reação ocorreu na 2ª etapa, com um gol do zagueiro Vilson, trazido da Bahia pelo então novo técnico. Um chute de Borges, dez minutos depois, quase acarretou a primeira virada do time de Renato. Mas a bola, alçada de fora da área, acertou a trave do goleiro Neto. Esse foi o primeiro de 21 pontos do Grêmio como visitante na Era Renato até aqui.
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