Assim como na mobilidade urbana, Florianópolis apresenta problemas de infraestrutura visíveis nas ruas da cidade, em especial nas regiões mais empobrecidas, onde 5.950 famílias, 77,6% da estimativa de famílias pobres no município, recebem o Bolsa Família. O Icom identifica que os interesse econômicos, especialmente os de natureza imobiliária e especulativa, ditaram as regras no processo de formatação de sucessivos planos diretores, mas que a cidade tem vivenciado uma ampliação do esforço de planejamento em diversos setores.

De acordo com o IBGE, cerca de 42.860 pessoas moram em logradouros sem nome, em geral negros, pardos e indígenas. A Capital possui também 49 mil pessoas morando em 15.917 domicílios (11,21% do total) localizados em vias não pavimentadas. Um total de 52.262 domicílios (36,8% do total, ou 160 mil pessoas) não tem calçadas – que é uma obrigação do proprietário do imóvel. Para cadeirantes, a situação é ainda mais dramática: mais de 130 mil casas (91,64% do total) não possuem passeios com rampas de acesso.

Ainda nas ruas, os bueiros não estão presentes em 38.793 domicílios – 27,3% do total. E o sistema de saneamento atende 56% de residências na modalidade coleta, mas somente 39% do esgoto é tratado, com perda de cerca de 45% da água potável. Na coleta de lixo, a seletiva ainda é baixa, apenas 980 toneladas/mês, contra as 14 mil toneladas geradas de resíduos convencionais.

Uma característica de Florianópolis é que a cidade apresenta muitas montanhas, mas poucas ruas arborizadas, o que dá a sensação falsa de que se vive num ambiente urbano de muito verde. Essa observação se constata nos números: mais de 273 mil habitantes moram em ruas sem árvores.

Projetos que unem sociedade e prefeitura, como a revitalização da Rua Vidal Ramos, são exemplos de iniciativas que melhoram o espaço público, segundo o Icom.