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 | 18/10/2007 05h38min

Abel desconhecia venda de Pinga

Após o jogo contra o Corinthians, técnico cogitou de escalar o meia no domingo

Leandro Behs  |  leandro.behs@zerohora.com.br

Em questão de horas Pinga passou de opção para o meio-campo do Inter a jogador dispensável.

No sábado, após o empate com o Corinthians, Abel Braga elogiou o articulador ainda no vestiário do Pacaembu. Mal sabia que a direção já havia liberado Pinga para se transferir ao Catar. O anúncio deve ser feito nesta sexta-feira. Um novo articulador será contratado para 2008.

O interesse do Exterior em Pinga foi a melhor notícia dos últimos dias para os dirigentes do Inter. Decepcionado com o desempenho do meia, o clube tentou vendê-lo ainda em janeiro. Mas a negociação com um time árabe acabou frustrada. Agora, o seu destino deverá ser o Al-Gharafa, do técnico brasileiro Marcos Paquetá e do ex-atacante Araújo.

Pinga ainda dará lucro. Com a negociação, o Inter repassará ao Catar a dívida de 900 mil euros (R$ 2,3 milhões) que tinha com o Treviso — relativo a duas parcelas a serem quitadas em 2008 e 2009. Receberá cerca de 700 mil euros (R$ 1,8 milhão) pela venda.

Dono de 33% do vínculo do jogador, o Inter havia pago apenas 500 mil (R$ 1,2 milhão) euros ao Treviso — os demais 67% pertencem a investidores. Entre salários e obrigações sociais, o Inter investiu cerca de R$ 1,5 milhão no meia no período de um ano de contrato.

A saída de Pinga pegou Abel Braga de surpresa. Fez com que o técnico repensasse a formação para enfrentar o Juventude, neste domingo, no Beira-Rio, às 18h10min.

— Fui comunicado da liberação no domingo. A direção disse que se tratava de assuntos particulares. Se é particular, não me diz respeito. Então, isso foge da minha alçada — disse Abel, na terça-feira.

Já o presidente Vitorio Piffero admitiu que o técnico nada sabia:

— A dispensa do Pinga foi uma decisão minha e o Abel foi comunicado depois. Existe uma possibilidade (da venda de Pinga). Quando tivermos algo acertado e assinado, a imprensa será a primeira a saber.

Com a saída de Tinga, após a conquista da Libertadores, o Inter foi buscá-lo no futebol italiano como grande aposta do meio-campo para o Mundial de Clubes. Era considerado um talentoso articulador, de 26 anos, e que havia oito temporadas perambulava em equipes como Torino, Siena e Treviso.

Fora de forma, Pinga demorou a se adaptar. Passou por Abel e Gallo, mas jamais se fixou como titular. Ficou um ano no Inter. Nesse período, disputou 39 jogos (entre time B e principal). Marcou apenas três gols.

 
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