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 | 02/07/2008 18h55min

Libertação de Betancourt não significa fim das Farc, diz especialista

Jaime Zuluaga destacou que os guerrilheiros ainda têm presença em muitos locais da Colômbia

O professor da Universidade Nacional da Colômbia e especialista político Jaime Zuluaga avaliou nesta quarta-feira que a libertação da ex-candidata à Presidência colombiana Ingrid Betancourt, por meio de uma ação militar do Exército, foi um "duro golpe" para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas ainda é muito cedo para falar em fim da guerrilha.

— É exagerado pensar que porque liberaram esses seqüestrados (foram libertados além de Bitencourt mais 14 reféns) as Farc vão acabar. Não se esqueçam que as Farc são uma estrutura militar, que têm presença em muitos locais do território nacional, que segundo informes oficiais há cerca de 10 mil homens em armas ainda — disse em entrevista à Agência Brasil.

O governo colombiano anunciou hoje a libertação de Betancourt e outros 14 reféns, em uma ação que não deixou feridos. É a primeira ação militar colombiana contra as Farc que obtém êxito.

— Todas os anteriores haviam fracassado e havia acontecido a morte dos seqüestrados — lembrou Zuluaga.

De acordo com o professor, o resgate de Betancourt é uma derrota política para a guerrilha. Ele avalia, no entanto, que as estruturas militares básicas devem estar praticamente ilesas.

— Se espera que uma guerrilha com a experiência das Farc esteja tomando todas as medidas necessárias para evitar um confronto que a debilite estrategicamente. Seguramente vão acentuar sua política defensiva, esperando condições mais favoráveis — destacou o professor.

Zuluaga disse que enquanto as Farc saem desse episódio ainda mais isoladas politicamente tanto dentro da Colômbia quanto no cenário internacional, o governo do presidente Álvaro Uribe deve ser saudado pela população colombiana, apesar da crise institucional que está vivendo, com problemas políticos e com a Corte Suprema de Justiça do país.

O professor acredita que a libertação de Betancourt vai alentar uma posição triunfalista das forças militares do governo, "que muito provavelmente vão acentuar a pressão, com o apoio norte-americano, para tratar de golpear algumas de suas estruturas".

AGÊNCIA BRASIL
 

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