| 03/08/2006 21h54min
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu hoje aos cubanos que trabalhem por uma mudança democrática, na manifestação mais clara até agora de Washington para uma mudança de regime diante do atual quadro clínico do líder cubano, Fidel Castro.
– Neste momento de incerteza em Cuba, uma coisa está clara: os EUA estão completamente comprometidos com o apoio às aspirações de liberdade e democracia do povo cubano – disse Bush.
Ele acrescentou que os EUA apóiam os esforços para estabelecer um governo de transição comprometido com a democracia.
Trata-se da primeira declaração pessoal de Bush desde a divulgação, na segunda-feira, da transferência temporária de poder de Fidel Castro para seu irmão Raúl, por ocasião de uma operação à qual foi submetido o presidente cubano.
Até agora, as declarações sobre Cuba haviam sido feitas pelo porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
A declaração de Bush representa uma clara mudança na política dos EUA ao falar diretamente de uma "mudança democrática". Snow havia se limitado a indicar que a transferência de poderes não representaria nenhuma aproximação dos EUA com Raúl Castro.
A doença de Castro deu origem a todo tipo de rumor sobre sua saúde, incluindo a possibilidade de que nunca volte ao poder.
A secretária de Estado Condoleezza Rice afirmou que a transição parece estar a caminho "de uma maneira ou de outra".
– Chegará um momento no qual haverá uma Cuba livre. Chegará um momento no qual não falaremos sobre o único país no continente que não tem um líder eleito – afirmou Rice.
A política oficial dos EUA para Cuba nos últimos 47 anos foi guiada pela imposição de um embargo que em 1996 foi reforçado com a aprovação da lei Helms-Bruton.
Em 2004, Bush aumentou as restrições às viagens e o envio de remessas para o país.
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