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Itapema FM  | 11/10/2014 11h54min

Velejadores da Volvo Ocean Race partem rumo à Cidade do Cabo

Sete equipes largaram neste sábado em regata que dará volta ao mundo em nove meses

Atualizada em 12/10/2014 às 17h10min Adriana Krauss, de Alicante (ESP)*  |  reportagem@osoldiario.com.br

Considerada a Fórmula 1 dos mares, a Volvo Ocean Race começou de verdade neste sábado em Alicante, na Espanha. A largada das sete equipes ocorreu às 9h (horário de Brasília) em clima de alegria, impulsionada pela forte presença da torcida e a típica emoção da despedida. Horas antes dos times partirem, o público já lotava a Vila da Regata. O clima era de festa, com muita cor espalhada pela área de 40 mil metros quadrados que recebeu a largada da competição.

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Quando o desfile dos velejadores começou, os olhares se voltaram para o corredor montado pela segurança para a passagem dos atletas, em mais um momento de despedida. A primeira equipe a cruzar a multidão foi a Vestas, da Dinamarca. Na sequência, vieram os queridinhos da torcida, os meninos do barco espanhol Mapfre. Depois passaram Alvimedica, da Turquia e EUA, Dongfeng, da China, Brunel, da Holanda, Abu Dhabi e SCA, da Suécia. Muitos velejadores fizeram questão de desfilar com os filhos, como o atleta Gerd-Jan Poortman, da Brunel.

As equipes de apoio também foram saudadas pela torcida e logo que todos chegaram aos barcos começou uma série de entrevistas. Telões espalhados pela Vila da Regata transmitiam cada detalhe, inclusive um dos momentos mais emocionantes. Ao lado das embarcações, se viam os últimos beijos nas esposas antes da partida e os abraços apertados nos filhos. Caroline Fonseca, mulher do atleta catarinense, ficou com o marido em Alicante nos últimos dias e vai reencontrá-lo na maioria das paradas da regata.

Em alto-mar

Embora a largada estivesse marcada para as 14h no horário local (9h no Brasil), os barcos saíram do porto cerca de duas horas antes. Isso porque primeiro houve uma prova de exibição, para que o público pudesse acompanhar um pouco do desempenho do barco. No horário inicialmente previsto, todos já estavam longe da costa e largaram rumo ao Atlântico Sul. O trecho entre Alicante, na Espanha, até a Cidade do Cabo, na África do Sul, é de quase 12 mil quilômetros e deve ser percorrido em 25 dias. No caminho são esperados ventos fortes, especialmente na passagem por Gibraltar.

— Eu acho que a saída de Gibraltar deve ser bastante complicada. Acredito que a estratégia das equipes será evitar que um barco se desgarre da flotilha. Normalmente, quem sai primeiro tem a vantagem de entrar no vento antes, abrindo vantagem para os demais. A regata pode ser definida nesse trecho —, avaliou Bochecha.

A partir de agora, quem chegar primeiro em cada uma das paradas marca menos e não mais pontos. Portanto, o vencedor de uma etapa recebe um, o segundo colocado, dois pontos, o terceiro, três, e assim até o sétimo barco. Dessa forma, vai vencer a regata de volta ao mundo quem chegar a Gotemburgo, na Suécia, com o menor número de pontos somados.

A primeira etapa

Entre Alicante e Cidade do Cabo, os competidores percorrerão aproximadamente 12 mil quilômetros pelo Mediterrâneo e o Atlântico. Em uma conta simples, o trajeto representa 17% de toda a competição. A previsão é de, pelo menos, 23 dias de travessia.

O desgaste pelas mais de 550 horas de velejada gera uma perda média diária de 6 mil calorias por atleta. E não há nada de luxo a bordo, pois o peso da embarcação faz a diferença na navegação: cada velejador leva apenas uma bolsa com pouca roupa e produtos de higiene pessoal e mais nada.

Mais de 60 mil quilômetros pela frente

Os 57 velejadores que participam da Volvo Ocean Race têm 38,7 milhas náuticas pela frente para completar a volta ao mundo, o equivalente a 62,3 mil quilômetros. Depois de Cidade do Cabo (África do Sul), os competidores seguem para Abu Dhabi (Emirados Árabes), Sanya (China), Auckland (Nova Zelândia), Itajaí (Brasil), Newport (EUA), Lisboa (Portugal), Lorient (França) e Gotemburgo (Suécia). Veja os detalhes no infográfico abaixo.

A parada em Itajaí está prevista para abril de 2015. A Vila da Regata deve ser aberta dia 4 de abril do ano que vem, mas isso depende da chegada dos primeiros barcos, que ocorreria a partir de 1º de abril.

Os brasileiros na competição

O único brasileiro velejando neste ano é o catarinense André Fonseca, o Bochecha. Ele compete com o Team Mapfre, barco espanhol, comandado pelo medalhista olímpico Iker Martinez. É a terceira vez que Bochecha participa da Volvo, porém será a primeira vez dele com passagem por Santa Catarina.

— Pra mim vai ser muito bom porque eu sou do Estado, vou chegar ao lado da minha casa que é Florianópolis, espero ter uma recepção calorosa lá em Itajaí — comentou o manézinho da Ilha.

Outro brasileiro pode ser visto trabalhando na Vila da Regata, mas na equipe de terra. Joca Signorini, velejador que estava no barco Telefônica na regata passada, agora integra o grupo de apoio do barco sueco SCA, o primeiro na história da Volvo Ocean Race só com mulheres competindo.

*A repórter Adriana Krauss, da RBS TV, viajou a Alicante a convite do Comitê Organizador Local da Volvo Ocean Race em Itajaí.

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