A menos de 24 horas da largada da 12ª Volvo Ocean Race, marcada para 9h deste sábado, no horário do Brasil, o clima na tarde de sexta-feira era de muita alegria e expectativa em Alicante, na Espanha. Balões cor-de-rosa foram distribuídos para o público na Vila da Regata pela primeira equipe feminina da história da competição, que vai correr a regata no barco SCA. O mascote oficial da prova, o albatroz Wisdom, também esteve na Vila dando as boas vindas aos torcedores.

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Considerada a Fórmula 1 dos mares, a Volvo tem grande popularidade na Europa, onde começa e termina. O público conhece o esporte, acompanha as notícias, compra camisetas das equipes e participa das atividades do evento. Tirar fotos dos competidores e dos barcos é o passatempo favorito, já que em Alicante, os veleiros ficam atracados ao lado do passeio público, um dos pontos de observação mais disputados da Vila.

Neste sábado, a programação na Vila da Regata começa às 10h com uma breve entrevista diante do público na área de espera. Depois, às 10h20 ocorre um desfile dos atletas de suas bases até os barcos e autoridades de Alicante e da Cidade do Cabo, que é a primeira parada da regata, na África do Sul. Também é nesta solenidade que é feita a troca das bandeiras entre as cidades africana e espanhola.

A partir daí, os atletas têm o momento de despedida respeitado. Os minutos que antecedem a largada são dedicados à família e aos amigos que irão reencontrá-los nas stopovers ou apenas em 2015, com o encerramento da prova em Gotemburgo, na Suécia.

— O mais importante nesse começo é manter a calma, o foco. Às vezes um barco sai mal, mas não significa que vai perder, é só o início de uma regata muito longa. Vamos nos esforçar, mas se não chegarmos bem ao fim dessa perna, é bom lembrar que existe muito mar pela frente e que temos Itajaí nos aguardando no ano que vem — destaca André Fonseca, o Bochecha, único brasileiro (e catarinense) que participa da Volvo, no barco espanhol Mapfre.

Primeira etapa

Entre Alicante e Cidade do Cabo, os competidores percorrerão aproximadamente 12 mil quilômetros pelo Mediterrâneo e o Atlântico. Em uma conta simples, o trajeto representará 17% de toda a competição. Os times serão obrigados a passar por Fernando de Noronha antes de cruzar a linha de chegada na cidade africana e a previsão é de, pelo menos, 23 dias de travessia.

— A primeira etapa é sempre uma das mais difíceis. Vamos pegar menos vento, segundo a previsão, e estaremos ainda aprendendo a entender o funcionamento do barco — comenta o campeão olímpico Iker Martínez, comandante do veleiro espanhol Mapfre.

O desgaste pelas mais de 550 horas de velejada gera uma perda média diária de 6 mil calorias por atleta. E não há nada de luxo a bordo, pois o peso da embarcação faz a diferença na navegação: cada velejador leva apenas uma bolsa com pouca roupa e produtos de higiene pessoal e mais nada. Os barcos desta edição são iguais, construídos pela própria Volvo Ocean Race em parceria com quatro estaleiros.

— A primeira perna será tática. Serão quilômetros e quilômetros de oportunidades para navegar. Nosso objetivo é pegar pódio — garante Chris Nicholson, comandante do Team Vestas Wind.

Itajaí se prepara para sediar a etapa brasileira, em abril de 2015

Uma comitiva de Itajaí, incluindo autoridades e membros do Comitê Organizador Local da Volvo, acompanha a largada da regata em Alicante e estreita relações para a etapa que chega ao litoral catarinense em abril de 2015. O plano estratégico da stopover Itajaí foi entregue à organização da prova durante esta viagem à Espanha, com todas as ações previstas dentro da Vila da Regata itajaiense.

Conforme o secretário executivo do Comitê, João Luiz Demantova, a expectativa é de que o plano seja aprovado até o fim do mês, encerrando a fase de planejamento da stopover. A fase de execução vai de novembro até março de 2015, com assinatura de contratos e produção para instalação de equipamentos na Vila, entre outros itens. A parte operacional começa em 15 de março, incluindo montagem do layout da Vila da Regata, organização dos espaços e definição de outras atividades relacionadas ao evento. Cerca de 70% da captação de recursos e patrocínios já está concluída, conforme Demantova.

— A receptividade de Itajaí em Alicante foi muito boa. Sentimos que tanto a organização da Volvo quanto os velejadores têm grande expectativa sobre a parada em Santa Catarina e agora trabalhamos para fazer uma grande etapa — ressalta o secretário executivo.

*A repórter Adriana Krauss, da RBS TV, viajou a Alicante a convite do Comitê Organizador Local da Volvo Ocean Race em Itajaí.