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 | 03/01/2014 23h53min

Para presidente da ABIH/SC, é necessário disciplinar o turismo para evitar falta de água e luz na Ilha de SC

João Eduardo Moritz defende um estudo para levantar o número limite de pessoas na

Atualizada em 05/01/2014 às 18h38min

Embora o saldo do Réveillon tenha sido positivo para o trade turístico de Florianópolis, que registrou percentual de aproximadamente 95% de ocupação da rede hoteleira, a falta de água e de luz na Capital preocupa o setor.

:: Falta de água repercute nas redes sociais

Em entrevista ao DC, o presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de SC (ABIH SC), João Eduardo Moritz, sugere um estudo para levantar a capacidade de carga na cidade, para ele, uma medida que ajudaria a mitigar os impactos da superlotação durante o verão.

Diário Catarinense — Qual seria a solução para reverter os problemas de falta de água e luz em Florianópolis durante o verão?
João Eduardo Moritz
— A ABIH sugere que seja feito um estudo de capacidade de carga para levantar a capacidade de pessoas que a Ilha comporta. Não seria só o número de turistas, mas de moradores também.

DC — Como seria este estudo?
Moritz —
Acredito que aqui no Brasil não tem nada parecido, mas na Europa já é feito. Esse tipo de estudo ajuda no planejamento. Mas é algo há longo prazo. É difícil o poder público aceitar fazer algo assim, porque demanda tempo e investimento. Seria necessário contratar pessoal especializado ou fazer parceria com alguma universidade, mas a ABIH acredita que é algo necessário.

DC — Depois do estudo concluído, quais medidas poderiam ser feitas?
Moritz —
Poderia ser planejada a quantidade de água para abastecer a população e turistas e a infraestrutura necessária, especialmente de saneamento básico.

DC — Se o estudo mostrasse que a capacidade de Florianópolis estivesse no limite, como funcionaria com os turistas?
Moritz —
Teria uma fiscalização, que iria verificar a quantidade de turistas que vêm pra cá. A rede hoteleira tem como ter uma previsão pelo número de reservas, já de quem aluga casa não tem esse controle.

DC — Para fiscalizar demandaria investimentos públicos.
Moritz —
Sim, mas com a fiscalização poderiam ser cobrados impostos de quem aluga casas. Alguns alugam dizendo que vem cinco e, na verdade, vem 20 e não pagam por isso. É uma concorrência desleal para a rede hoteleira.

DC — Após o estudo, a cobrança de pedágio seria uma solução para controlar o número de pessoas?
Moritz —
Acredito que sim. Ônibus de turismo e micro-ônibus poderiam pagar uma taxa. Até mesmo carros de passeio.

DC — Mas os turistas não avaliariam isso como uma medida xenófoba dos catarinenses?
Moritz —
Mostraríamos que estamos disciplinando o turismo. É necessário melhorar o planejamento. Tem muito o que melhorar. Com a falta de água, os hotéis estão gastando com carros-pipa. Ainda não há levantamento dos prejuízos. Hoje 12,5% do PIB do Estado vem do turismo que reúne 52 atividades econômicas. É preciso melhorar a infraestrutura e atrair turistas com poder aquisitivo. Que fique claro que Florianópolis atende bem do empresário ao mochileiro e sempre vai atender, mas é preciso ser mais seletivo para atender com organização e planejamento.

DIÁRIO CATARINENSE
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