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 | 03/01/2014 22h36min

"As pessoas estão desesperadas", diz empresário do ramo de caminhões-pipa

Carlos Alexandre Marconcini, da Só Água Potável, observou crescimento de 400 % no feriadão

Sâmia Frantz  |  samia.frantz@diario.combr

Faz dez dias que o celular do diretor da filial florianopolitana da Só Água Potável, Carlos Alexandre Marconcini, não dá uma folga. Toca sem parar, o dia todo e até na madrugada. Do outro lado da linha, empresários e famílias inteiras clamam por água, dispostas a pagar o que for preciso para tê-la de volta em casa através dos caminhões-pipa. Durante os 40 minutos em que conversou por telefone com o Diário Catarinense, nesta sexta-feira, Marconcini pediu licença cinco vezes para poder dar conta das ligações que entravam na espera. "As pessoas estão desesperadas", desculpou-se.

Diário Catarinense _ É sempre essa loucura toda nessa época?

Carlos Alexandre Marconcini _
Sim, todos os anos. Mas dessa vez começou um pouco antes, lá pelo dia 26. Agora, que todo o povo já está indo embora, a procura vai passar a reduzir. E depois volta tudo de novo no Carnaval. São as duas melhores épocas para nós.

::: Falta d'água alimenta setor paralelo no Litoral de Santa Catarina

DC _ O quanto aumenta?

Marconcini _
Só no feriadão cresceu 400% em relação aos outros meses. Estou com dois caminhões, de 20 mil litros cada, trabalhando a todo vapor aqui na região. Eles não param, atuam 24 horas ininterruptas. As pessoas estão desesperadas, implorando mesmo.

DC _ Quantos pedidos vocês chegaram a registrar?

Marconcini _
Nem parei para calcular ainda. Mas meu telefone não para. Recebi mais de 200 telefonemas por dia. Enquanto eu ainda estava numa ligação, outras quatro, cinco entravam na espera. Chegamos a ter fila de espera de 20 entregas, com três dias de atraso no atendimento. As caixas d'água da filial em Balneário Camboriú chegaram a secar.

DC _ É no verão o grande lucro do ramo então?

Marconcini _
É o que mantém a minha empresa funcionando, o que me sustenta o ano todo. Fora dela, tenho caminhões que chegam a ficar parados por seis, sete meses no pátio da empresa.

DIÁRIO CATARINENSE
Felipe Carneiro / Agencia RBS

Dois caminhões de 20 mil litros cada trabalham durante 24 horas
Foto:  Felipe Carneiro  /  Agencia RBS


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