O Índice de Desempenho Industrial (IDI) do Rio Grande do Sul de janeiro a julho de 2005, medido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), teve queda de 4,01%, comparativamente ao mesmo período de 2004. A redução foi causada principalmente pela redução nas vendas (-10,3%) e nas compras (-6,9%). O resultado do IDI e das vendas é recorde negativo na série histórica, iniciada em 1992. As demais variáveis, com exceção da utilização da capacidade instalada (-3,14%) ainda estão positivas: salários (+0,35%) e pessoal ocupado (+2,3%). Os números foram divulgados hoje pelo presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

– O Estado sofre com todos os problemas conjunturais do Brasil, que são a valorização do real e as altas taxas de juros, acrescidos da estiagem que castigou o  Estado e dos limites impostos aos créditos de exportação do ICMS – avaliou. 

Com relação a julho de 2004, o IDI do mês registrou uma queda de 9,8% e, no acumulado em 12 meses, o índice teve crescimento de 0,8%.

Os números de retração da atividade industrial já se fazem sentir no mercado de trabalho. Após ter gerado um recorde de empregos no primeiro semestre de 2004 (48 mil), entre janeiro e julho deste ano o número caiu para apenas 618 empregos. O destaque negativo no mercado de trabalho gaúcho fica por conta do setor de calçados, com a demissão de 9,3 mil trabalhadores no período. Com isso, a estimativa de postos de trabalho na indústria gaúcha no mês de julho ficou em 617,5 mil vagas.

Tigre acredita que o IDI vai terminar o ano negativo:

– Sem mudança nos problemas conjunturais como dólar e taxa de juros, e nas questões pertinentes ao Estado, as perspectivas, infelizmente, não são animadoras.