O ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont disse na tarde desta sexta-feira, dia 22 de fevereiro, em entrevista à Rádio Gaúcha, que "o PL é um partido que não está no nosso (o PT) campo de alianças". A questão surgiu em decorrência da contestação de diversos setores do PT sobre a tentativa da maioria do comando nacional do partido de fazer do senador José Alencar (PL) o candidato a vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva à presidência. O próprio Lula e o presidente nacional do PT, José Dirceu, são os grandes articuladores desta aliança.

Pont ainda informa que políticos do PT lançam nesta sexta, no Rio de Janeiro, uma campanha nacional contra a coligação com o PL. Uma reunião já está sendo proposta para o dia 4 de março, quando dirigentes de vários Estados, membros da direção nacional e parlamentares farão uma manifestação e um debate sobre este tema também no Estado do Rio.

O ex-prefeito sustenta que o PL não está no leque de alianças aprovado nos congressos do PT. Para Pont, também "é inoportuno colocar a questão publicamente sem que o partido ou o diretório nacional tenha avaliado o teor, o signficado e os limites de um processo de discussão desse tipo".

No debate interno, segundo Pont, Lula já vinha sinalizando a ampliação do campo de alianças "anti-neoliberais", defendendo a necessidade de se buscar outros setores, um exemplo seriam as dissidências visíveis do PMDB, como Roberto Requião, no Paraná, e Itamar Franco, em Minas Gerais. O ex-prefeito ressalta, porém, que estas alianças foram apresentadas naquele momento para serem aproximadas e discutidas:

– Eu reconheço que o PL, desde a morte do seu principal dirigente Álvaro Valle, veio mudando de orientação. Tem votado contra o governo várias vezes. (...) Mas a trajetória recente do José de Alencar não tem nada a ver conosco, disto eu tenho convicção e vou lutar por isto.

Sobre as declarações de do governador Olívio Dutra de que o Partido dos Trabalhadores seria de centro-esquerda, Pont foi enfático:

– O PT é um partido socialista, nós reafirmamos isto num congresso em 1999.