| 19/02/2002 07h13min
O ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) anunciou nessa segunda-feira, dia 18, que vai processar por danos morais o juiz da 2ª Vara Federal de Tocantins, Alderico Rocha Santos, e o delegado da Polícia Federal, Luiz Fernando Ayres, acusando-os de denegrir sua imagem e humilhá-lo com uma prisão “arbitrária e de conteúdo político”. Para Jader, as algemas que lhe foram colocadas em Palmas (TO) faziam parte do “teatro montado” por pessoas como o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o senador Romeu Tuma (PFL-SP) e o delegado Ayres e o juiz Santos.
A operação teria por objetivo mostrar que ele estava algemado “como se fosse um bandido”. A ação contra o juiz e o delegado começou a ser redigida ontem pelos advogados de Jader. A colocação de algemas, diz o ex-senador paraense, era uma providência desnecessária. Ele alegou ter sido cortês com os policiais ao tomar ciência do mandado de prisão e nunca ter feito ameaça de fuga.
– Não resisti à prisão, não tratei mal os policiais. Houve um tempo neste país em que a violência política era feita pela ditadura militar. Sofri uma violência política em plena democracia, patrocinada pela Justiça Federal do Tocantins – disse.
Ele também viu em sua prisão uma tentativa de atingir a imagem do PMDB nacional, para que o partido “fique desgastado num momento em que pode definir candidato próprio à Presidência da República ou mesmo firmar aliança política”. Para exemplificar o raciocínio, arrematou:
– É interessante, mas só se vê gente do PFL comemorando a minha prisão, além de alguns que não gostam de mim no Pará.
Jader e mais cinco acusados de fraudar a extinta Sudam foram presos sábado, dia 16, por determinação da Justiça Federal do Tocantins, e transferidos para Palmas, onde ficaram detidos na Superintendência Regional da PF. À noite, o ex-senador, o ex-superintendente da Sudam José Arthur Guedes Tourinho e Maria Auxiliadora Barra Martins, contadora do ranário da mulher de Jader, foram soltos após conseguir liminar emitida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Os outros três presos – os empresários Laudelino Délio Fernandes, José Soares Sobrinho, acusados de serem donos de projetos fraudados, e Regivaldo Pereira Galvão, acusado de emprestar dinheiro a juros exorbitantes – obtiveram liminar no sábado. Fernandes deixou o presídio de Palmas na madrugada de domingo. Soares Sobrinho e Galvão foram liberados à tarde.
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