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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) criticou nessa quinta-feira, dia 21, a aproximação do PT com os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus, filiados ao PL, em busca de uma aliança para a disputa da sucessão presidencial. O vice-presidente da CNBB, dom Marcelo Cavalheira, está assustado com a possibilidade de a aliança vingar.
Dom Cavalheira também estranhou o fato de o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ter deixado o Ministério da Saúde justamente no auge da epidemia de dengue no país e mais de um mês antes do prazo final para desincompatibilização de ocupantes de cargos públicos, no dia 6 de abril. A Igreja, que tradicionalmente tem se aliado ao PT em defesa de excluídos, sem-terra e índios, acompanha com preocupação a movimentação do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em direção ao PL, porque o partido é um braço da Igreja Universal do Reino de Deus.
– O que vai significar isso de intervenção no programa do PT como proposta para a sociedade? – indaga o secretário da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, Francisco Whitaker. – Sabemos do risco que existe se elementos de uma Igreja, que é uma potência na mídia, exigirem um ministério – questiona dom Cavalheira.
O bispo ressalta que a igreja católica nunca reivindicaria cargos em governos. Para o secretário-geral da entidade, dom Raymundo Damasceno Assis, se a aliança se concretizar, o PT terá de se justificar diante de seus militantes, entre eles os católicos que pertencem ao partido. Ressalvando que à Igreja não cabe interferir em alianças, dom Raymundo afirma que o eleitor será orientado a votar em candidatos que “não pensem no próprio bolso”.
No Rio, grupos mais à esquerda do PT lançam nesta sexta-feira, dia 22, uma campanha nacional contra a aliança com o PL. Eles são contrários à tentativa da maioria do comando nacional da sigla de fazer do senador José Alencar (PL-MG) candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. O objetivo da iniciativa, que também tem o apoio de petistas de outros Estados, é tentar influenciar o diretório nacional, que discutirá a coalizão na próxima reunião. Na próxima semana, será emitido um manifesto de parte da bancada federal, também em oposição à aproximação entre petistas e liberais.
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