Política | 20/10/2010 00h21min
Compartilhar
Tweet
O mandato de Gelson Merísio (DEM) na presidência da Assembleia Legislativa vai até 31 de janeiro de 2011, mas os deputados da base governista já entraram na disputa pelo cargo. A eleição para o comando do Legislativo pode ser a primeira prova de fogo para os partidos da tríplice aliança, vitoriosa nas eleições de 3 de outubro.
De um lado, o atual presidente Merísio, que pretende continuar no cargo. De outro, o PMDB, que tem como prioridade número um garantir o comando do Legislativo estadual.
A iniciativa de antecipar o debate partiu justamente dos peemedebistas. Depois de abrir mão da cabeça de chapa para o governo e contribuir com a eleição de Colombo, eles defendem que está na hora de o partido voltar a administrar a AL. Desde 1984 a sigla não elege o chefe do Parlamento catarinense.
Para o presidente estadual do PMDB, deputado João Matos, essa é, agora, a "maior bandeira" partidária.
— Acho que o PMDB tem que tratar seriamente e competentemente desta questão. Já cedemos a cabeça de chapa num controvertido acordo para o governo, então agora a presidência da AL é uma questão de lógica e coerência — destaca Matos.
O líder do partido, Antônio Aguiar, confirma a ambição peemedebista. Segundo o deputado, no governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB) sempre se colocou que era preciso manter o equilíbrio entre os partidos da base e que se os dois poderes fossem administrados pela mesma sigla, este equilíbrio seria quebrado.
Por isso, raciocina Aguiar, com o DEM no governo, seria justo que o PMDB ficasse com o cargo. Ele diz que a bancada não discutiu nomes.
— Primeiro, queremos buscar entre a base aliada o consenso de que é a vez do PMDB. Depois vamos decidir, internamente, um nome — assinala.
Romildo Titon apresentou sua candidatura, mas só aceitaria levar o projeto adiante se fosse uma decisão de consenso. A favor de Titon contaria sua experiência (ele está indo para a 5ª legislatura), a passagem à frente da Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) e a atuação como conciliador no papel de relator do polêmico Código Ambiental do Estado. Renato Hinnig e Ada de Luca também colocaram o nomes à disposição.
Merísio, no cargo desde fevereiro, ainda trata o assunto com reservas, mas disse que gostaria de ter mais um mandato à frente da Assembleia.
— Tenho a intenção de colocar meu nome para, efetivamente, ter um mandato inteiro e mostrar minha forma de administrar, o que neste ano foi impossível — afirma.
A favor do demista, contam sua passagem pela presidência, marcada pela discrição, o fato de ter sido o deputado estadual mais votado nas últimas eleições e o apoio do governador eleito Raimundo Colombo (DEM). Merísio acredita que a discussão sobre a sucessão no Legislativo é prematura, mas diz que vem conversando com os deputados e que não aceitaria novamente um acordo para repartir o mandato.
— Já dei minha contribuição neste sentido. Foi um momento de transição, em que não tínhamos um nome natural. Hoje, o cenário é outro e não tem sentido repetir a fórmula.
Com os 40 votos
O ex-deputado estadual Julio Garcia, então filiado ao DEM, fez história ao ser eleito presidente da AL duas vezes respaldado pelo voto de todos os 40 colegas. Ele administrou a AL de 2005-2006 e 2007-2008.
Depois de costurar um acordo, para repartir o mandato, Jorginho Mello (PSDB) também conseguiu votação unânime, tendo Merísio como primeiro vice-presidente. Ele administrou a AL em 2009. Merísio assumiu o cargo em 1º de fevereiro de 2010.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.