Em uma reunião na noite desta quinta-feira no Salão Nobre do Estádio Olímpico, 167 conselheiros do Grêmio votaram e decidiram não reabrir o processo administrativo que havia sido arquivado pelo clube em 2007 contra o ex-presidente José Alberto Guerreiro. A maioria, 101, entendeu que o processo deveria continuar arquivado. Sessenta e seis integrantes do Conselho Deliberativo do clube achavam que a discussão deveria ser reaberta.

Com a decisão, José Alberto Guerreiro continuará fazendo parte do Conselho Consultivo, formado apenas por ex-presidentes, do Conselho Deliberativo e do quadro social do clube.

– Este assunto voltaria a baila e não seria interessante nem para o ex-presidente, nem para a família dele e nem para o clube – disse Raul Régis de Freitas Lima, presidente do Consleho Deliberativo do Grêmio.

O processo contra José Alberto Guerreiro foi aberto em 2006 no Conselho Deliberativo do Grêmio. Em 2007, como Guerreiro estava sendo julgado pela Justiça Penal, foi arquivado. O ex-presidente acabou condenado, mas a pena foi prescrita.

O Estatuto social do clube, em seu art. 48, diz que será passível da pena de exclusão o associado que: “for condenado pela prática de crime infamante, em sentença criminal transitada em julgado, a critério do órgão competente".

– Em 2007, o Conselho do Grêmio votou esta matéria e, por sugestão de Fábio Koff, resolvemos esperar o resultado do processo judicial. O processo foi arquivado aqui. Na Justiça, Guerreiro foi condenado, mas foi beneficiado com a prescrição da pena. Então, a matéria sob aspecto penal, em vista do dispositivo estatutário do clube, estava superada. Sob este enfoque, o presidente jamais poderia ser excluído do quadro social mas pelo aspecto ético e disciplinar, não estava prescrita esta pena. No entanto, colocada esta matéria sob votação, o Conselho soberanamente opinou no sentido de que isto não poderia ser discutido – disse Raúl Régis de Freitas Lima.

O Movimento Grêmio Independente, que é grupo mais numeroso dentro do Conselho Deliberativo do clube, apoiou o arquivamento do processo. Eles foram acompanhados por todos os ex-presidentes do clube, integrantes do Conselho Consultivo.

O grupo contrário ao arquivamento do caso defende que, em 2007, a votação foi no sentido de esperar a decisão da Justiça para definir o futuro de José Alberto Guerreiro. Por um erro, o caso acabou sendo colocado como arquivado.

Entenda o caso

Antiga parceira do Grêmio, a ISL emitiu três cheques em nome do clube, totalizando R$ 555.799,00 no ano de 2000. O valor seria supostamente usado no pagamento de multas relativas à contratação de Amato, Astrada e Paulo Nunes, que vieram do Rangers (Escócia), River Plate e Palmeiras, respectivamente. Nominais ao Grêmio, os cheques foram endossados e depositados em contas de terceiros.

Com a falência da empresa suíça, ficou constatado que os três clubes não haviam cobrado multa nem recebido o dinheiro. Em junho de 2005, uma juíza da 1ª Vara Criminal aceitou a denúncia do Ministério Público contra 11 pessoas, entre elas o presidente José Alberto Guerreiro e Wesley Cardia, na época vice-presidente de marketing do clube.

Em 2007, a Juíza Dra. Katia Elenise Oliveira da Silva da 1ª Vara Criminal condenou José Alberto Guerreiro por estelionato. Em 2008, os desembargadores da Sétima Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, mais uma vez confirmaram a materialidade delitiva, ou seja, a comprovação fática dos atos ilícitos perpetrados pelo associado José Alberto Guerreiro na gestão da presidência do Grêmio.

Próximos jogos:
04/09 - Grêmio x Atlético-PR
08/09 - Bahia x Grêmio
11/09 - Grêmio x São Paulo

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