Uma das mais novas estratégias do marketing esportivo é unir o esporte favorito dos brasileiros ao dos ringues, que tem levado milhões de espectadores e fãs ao redor do mundo a vibrar com os golpes desferidos no octógono. A crescente aproximação do MMA com o futebol terá um capítulo especial neste sábado. Três dos lutadores que disputarão o UFC Brasil, no HSBC Arena, no Rio de Janeiro, acertaram acordos com clubes. Um pouco desta lucrativa parceria poderá ser vista, com a disputa do cinturão dos pesos médios, entre Anderson Silva, patrocinado pelo Corinthians, e o japonês Yushin Okami. Além dele, Paulo Thiago representará o Cruzeiro diante de David Mitchell e o novo colorado, Rodrigo Minotauro, contra o americano Brendan Schaub.

– O movimento (de aproximação do MMA com o futebol) começou antes do Anderson. O Shogun é um torcedor apaixonado pelo Coritiba. O José Aldo e o Vitor são fanáticos pelo Flamengo. Começou assim, muito mais no amor, do que em uma relação contratual. O futebol é o maior esporte do mundo. Nada melhor do que trazer esse público do futebol para o MMA, que está crescendo. Criamos um formato para inserir a marca do clube em um cenário que cresce cada vez mais – afirmou o gerente da Garra Sports Marketing, Alexandre Franklin.

Foi através da Garra que o caminho de Minotauro e do Inter se cruzou. O CEO da empresa, Luís Bodanese, é torcedor fanático colorado e procurou a direção do clube para firmar a parceria.

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Franklin lembrou que a empresa realizou uma pesquisa no mercado para ver com qual time o ex-detentor dos títulos dos pesados no UFC e no Pride poderia se associar. As características de ambos (Minotauro e o Colorado) e o amor do empresário para com o Inter foram determinantes para a concretização do negócio. E foi além. Colocou o clube como uma das principais marcas da atualidade:

– A gente buscou as características do Rodrigo (Minotauro) e viu que ele se encaixava com o Inter. Ele é um cara guerreiro, disciplinado. Após analisarmos o mercado, encontramos três marcas realmente conhecidas no mundo: UFC, Minotauro, mais conhecido fora do que no Brasil, e o Inter, que vem ganhando tudo.

Tão logo as partes anunciaram o acerto, a página de Minotauro no microblog Twitter foi invadida por mensagens de apoio dos colorados. Os torcedores estão procurando o peso pesado para incentivá-lo diante de Brendan Schaub. No treino aberto realizado na praia de Copacabana na última quarta-feira, o baiano vestiu um agasalho e uma camisa do Inter. Para Alexandre, a decisão já é um sucesso:

– A escolha foi certa. Ele é parado pelos gaúchos aqui no Rio. O retorno está sendo sensacional. O Twitter dele está frenético. Tem sido muito legal.

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Anderson Silva fechou contrato com o Corinthians ainda em agosto. O lutador é torcedor declarado do Timão. Após a vitória sobre o compatriota Vitor Belfort, o principal nome do esporte na atualidade vestiu a camisa do clube no octógono, no UFC 126, em 5 de fevereiro. Na entrevista coletiva de quinta-feira, Yushin Okami, que desafiará o Spider, como o campeão é conhecido, apareceu com uma bandeira do Flamengo com o rosto de Ronaldinho.

A carreira de Anderson já era agenciada pela 9ine, empresa de marketing esportivo de Ronaldo. O ex-jogador, maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 15 gols, terminou sua carreira no clube do Parque São Jorge e, mesmo longe dos gramados, continua ligado ao Timão.

Maurício Shogun é torcedor fanático do Coritiba. No dia 6 de dezembro de 2009, o clube enfrentou o Fluminense pela última rodada do Brasileirão. O empate em 1 a 1 no Couto Pereira culminou com o rebaixamento da equipe. Revoltados com a situação, os torcedores do Coxa promoveram uma confusão tanto dentro quanto fora do estádio. O ex-campeão da categoria meio-pesados do UFC e do Pride estava no estádio. Um dos alunos de sua academia esteve envolvido no tumulto e foi expulso tão logo o lutador teve ciência do fato. Vitor Belfort é flamenguista. Chegou a atuar nas categorias de base do clube da Gávea. José Aldo, campeão dos pesos pena, também torce para o rubro-negro.

– Os clubes brasileiros se envolveram em diferentes modalidades. Não estão fugindo da história. Se os clubes forem inteligentes, poderão expandir ainda suas marcas – finaliza.