Quase 14 anos depois, o UFC volta ao Brasil. O maior evento de lutas do mundo retorna ao país com um card de respeito. Mas não só isso. O MMA virou um dos principais esportes do mundo. A cada dia, angaria mais fãs. A edição deste sábado, que se inicia às 22h, no HSBC Arena, no Rio de Janeiro, será transmitida, ao vivo, pela RedeTV.

Em 1998, o evento foi realizado no dia 16 de outubro, no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, com um público de 8 mil torcedores. O americano Frank Shamrock fez a principal da luta da noite diante do compatriota John Lober pelo cinturão dos médios. Shamrock, por nocaute, manteve o título.

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Uma luta, no entanto, marcou a edição do UFC 17.5 (ou Ultimate Brazil). Os brasileiros Vitor Belfort e Wanderlei Silva se enfrentaram. Em uma apresentação avassaladora, Vitor atravessou o octógono desferindo socos no curitibano, que foi nocauteado em menos de 44 segundos. Tantos anos depois, a luta ainda gera discussão e é considerada uma das maiores de todos os tempos:

– Na época, o Vitor já era o "Fenômeno", mundialmente conhecido e temido por suas mãos rápidas. O Wanderlei, uma estrela em ascensão, tinha derrubado todo mundo no Brasil. Por tudo que aquela luta representava e do jeito que ela terminou, com certeza, entrou para a história como uma das maiores do esporte – afirma Eduardo Ferreira, editor da Revista Tatame.

Nesta edição, de número 134, o card apresenta nomes como Anderson Silva, Rodrigo Minotauro, Maurício Shogun, Forrest Griffin. Anderson, considerado o maior lutador da atualidade, defenderá o cinturão dos pesos-médios diante do japonês Yushin Okami.

Neste hiato entre os dois eventos, ocorreram muitas mudanças. Dana White, e os irmãos Lorenzo e Frank Fertitta compraram o UFC por US$ 2 milhões em 2001. Se hoje o esporte é um dos que mais cresce no mundo e obtém fãs em velocidade industrial, naquela época ainda sofria enormes restrições. A cobertura dos veículos de imprensa e a divulgação nem se comparam com agora. Para o comentarista do SporTV e dos Canais Combate, Fernando Kallás, não há como mensurar os dois UFCs no Brasil:

– Não existe comparação. São outros tempos e é outro evento completamente diferente. O MMA estava proibido em praticamente todos os estados americanos, sofria enorme preconceito e não tinha nem 1/100 da visibilidade de hoje. O mundo verá ao vivo o UFC Rio e a competição estará na capa de todos os jornais brasileiros.

Se o tamanho do evento e sua representatividade hoje são infinitamente maiores, o mesmo não pode se dizer da qualidade dos lutadores. Se o trio brasileiro e Griffin aparecem na lista dos principais nomes da modalidade, em 98 não foi diferente. Grandes atletas também competiram naquela edição como Pedro Rizzo, Vitor Belfort, Wanderlei Silva e Frank Shamrock.

– É a única coisa que, talvez, podemos comparar – finaliza Ferreira.

Confira o card do UFC 17.5:

- Cesar Marcussi venceu Paulo Santos
- Túlio Palhares venceu Adriano Santos
- Ebenezer Fontes Braga venceu Jeremy Horn
- Tsuyoshi Kosaka venceu Pete Williams
- Pat Miletich venceu Mikey Burnett
- Pedro Rizzo venceu Tank Abbott
- Vitor Belfort venceu Wanderlei Silva
- Frank Shamrock venceu John Lober

Confira o card do UFC 134:

Card Principal
Anderson Silva vs Yushin Okami
Maurício Shogun vs Forrest Griffin
Brendan Schaub vs Rodrigo Minotauro
Ross Pearson vs Edson Barboza
Luiz Cane vs Stanislav Nedkov

Lutas preliminares
Thiago Tavares vs Spencer Fisher
Rousimar Palhares vs Dan Miller
Paulo Thiago vs David Mitchell
Raphael Assuncao vs Johnny Eduardo
Yuri Alcantara vs Felipe Arantes
Yves Jabouin vs Ian Loveland