A contratação de um centroavante será a primeira providência de Paulo Pelaipe, escolhido ontem como novo gerente executivo de futebol do Grêmio. A segunda poderá ser o retorno do preparador físico Paulo Paixão, que saiu no final de 2010. Ricardo Jesus, da Ponte Preta, é um dos cotados.

Pelaipe entra no lugar do diretor Alexandre Faria, demitido após permanecer menos de um mês no cargo, com salário de R$ 70 mil mensais. Na prática, porém, irá comandar o vestiário, em substituição a Antônio Vicente Martins, que se demitiu sábado. Seu retorno ocorre três anos após a última passagem pelo clube. Até 2008, era vice de futebol, na gestão anterior de Paulo Odone. Irá trabalhar ao lado de um diretor, que será escolhido "com calma", como anuncia o presidente.

Entre 1997 e 1998, Pelaipe atuou como diretor da categoria júnior. Em 2000, assumiu como assessor de José Alberto Guerreiro. A partir de 2002, na mesma gestão, foi diretor de futebol, ao lado de Rudi Armin Petry. Com a eleição de Odone, em 2005, voltou ao clube, onde permaneceu até 2008.

– Pelaipe tem experiência e agilidade. É do ramo. Representa o fato novo que precisamos neste momento – afirma Odone, que disse não ter pensado em outro nome para a função.

Julinho Camargo recebeu de Odone a garantia de que irá permanecer. O presidente lembrou que foi o próprio Pelaipe quem sugeriu sua contratação, via torpedo, após saída de Renato.

Vicente Martins deixou o cargo queixando-se do "fogo amigo" de outros integrantes do Conselho de Administração. Reclamou de dirigentes que fazem críticas públicas, quebrando a tradição do clube de discutir internamente seus problemas. Sem citar nomes, disse haver na direção quem troca informações com jornalistas em busca de proteção.

Alvo direto das críticas, o vice-presidente Eduardo Antonini evitou polemizar com Martins. Assegurou, contudo, que sempre procurou o ex-vice de futebol para discutir questões ligadas ao time.

Vicente Martins não é o único integrante do Grêmio Independente a deixar o clube. César Cidade Dias, que havia renunciado na semana passada, e José Simões também integram o mesmo movimento. Juarez Jover, Evandro Soares e Alex Mello, que trabalhavam na base, Luiz Fernando Moreira e Edson Berwanger, ligados ao jurídico, e Pablo Berger, do departamento de relações com as torcidas, entregaram seus cargos em solidariedade. Vicente não descarta deixar, também, o Conselho de Administração.

– Isso prova que nunca estivemos apegados a cargos – diz Homero Bellini Jr., um dos líderes do movimento, para quem o projeto de profissionalização do Grêmio não ocorre conforme o planejado. Ele também entende que, na atual gestão, "nem todos remam para o mesmo lado".

Dono de 56 dos 222 votos que garantiram a eleição de Paulo Odone no primeiro turno, o Grêmio Vencedor não descarta virar oposição.

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