Encantado com a estrutura do Allianz Arena, em Munique, Fernando Carvalho resolveu quebrar o silêncio. Distanciado do dia a dia do futebol colorado, o ex-presidente do Inter fez questão de deixar claro que não participara da decisão de demitir Falcão. Mesmo assim, direto da Alemanha, resolveu emitir a sua opinião sobre a saída do técnico, confirmada no último dia 18. Carvalho demonstrou apoio ao presidente Giovanni Luigi e, após acompanhar as entrevistas pós-demissão, afirmou ter chegado à conclusão de que "não havia ambiente" para Falcão permanecer.

— No caso atual, não me manifestei no momento. Mas, depois das entrevistas, não havia ambiente para que Falcão permanecesse — garante, em entrevista à Rádio Gaúcha. — Ele não foi bem, não apresentou sinais de evolução nem de que seu trabalho seria frutífero.

Ciente da insatisfação da torcida com a direção, Carvalho tenta separar a demissão de Falcão da figura mítica que o ex-jogador sustenta no clube, desde a década de 1970.

— Ninguém vai tirar a condição de grande ídolo de Falcão. A demissão não foi do ídolo, mas do treinador — disse Carvalho. — Futebol se faz sem mágoa. Luigi interpretou com racionalidade a situação.

No programa Bem, Amigos, do SporTV, Falcão voltou a externar críticas à alta cúpula colorada. Segundo o técnico, a sua saída foi motivada por um "rolo político". Ele chegou a revelar tentativas de interferência de Luigi na montagem da equipe.

— O que eu não podia admitir é o presidente querer interferir na equipe. Não escalar, mas falar coisas como: "Esse time não está muito alegre, não está muito faceirinho?" — afirmou na última segunda.

Se a direção considera superada a questão Falcão, o mesmo não se pode dizer sobre o novo técnico. Segundo Luigi, não há nada definido. O mercado de treinadores no Brasil, entende o presidente, é muito restrito e dificulta as negociações. A tendência é de que o interino Osmar Loss comande o time também no próximo domingo, diante do Atlético-GO, pelo Brasileirão.

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