Esportes | 03/07/2011 08h10min
Quando um clube investe em uma aposta a expectativa pelo trabalho aumenta. Quase sempre são nomes que surpreendem, geram dúvidas e questionamentos. Foi o que aconteceu assim que surgiu a notícia de que Julinho Camargo seria o novo técnico do Grêmio, ainda na sexta à noite. A direção confirmou a informação e anunciou o comandante neste sábado.
Em sua primeira manifestação para oficializar a contratação do novo treinador para o lugar de Renato, que pediu demissão na última quarta, o vice de futebol Antônio Vicente Martins projetou a trajetória de Julinho:
— Houve consenso entre todos da direção e o Julinho era o número 1 da lista. Pretendemos repetir a mesma trajetória de outros, como Tite, Mano Menezes e Luiz Felipe Scolari — declarou.
Os três técnicos citados por Vicente tiveram passagens vitoriosas pelo Grêmio. Chegaram ao Olímpico ainda "desconhecidos" e se destacaram com boas participações em campeonatos nacionais e internacionais, além dos títulos conquistados.
Aliás, foi sob o comando de Tite, em 2001, que o Grêmio teve sua última grande conquista nacional com a Copa do Brasil.
Por outro lado, nem todas as apostas deram certo. Dois técnicos contratados em uma época conturbada do clube, entre 2003 e 2004, tiveram passagens negativas: Nestor Simionatto e José Luiz Plein.
Julinho Camargo volta ao Grêmio, agora no comando da equipe principal, depois de uma trajetória vitoriosa na base, com títulos regionais, nacionais e internacionais. O contrato firmado por seis meses, segundo ele, não quer dizer que seja "de risco". O técnico garante confiança.
— Quando se trabalha na base é uma situação, e no profissional é outra. Se lida muito com o resultado. Essa corda bamba natural nos treinadores de todos os clubes brasileiros, faz com que não se tenha motivos para fazer um contrato longo. Eu confio no meu trabalho, e tenho certeza que ao final desses seis meses vamos conversar para dar sequência nisso — ressaltou.
> Confira a íntegra da entrevista de apresentação de Julinho Camargo
Deram certo:
Felipão: 1987 | 1993–1996
A primeira passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Grêmio, depois de treinar Juventude, Brasil-Pe e Pelotas, foi em 1987, quando foi campeão gaúcho e ficou conhecido no Estado como treinador. Em 1993 retornou ao clube para conquistar diversos títulos, entre eles a Copa do Brasil de 1994, a Copa Libertadores de 1995 e o Brasileirão de 1996.
No Mundial de 1995, o Grêmio perdeu nos pênaltis para o Ajax, da Holanda, depois de empatar em 0x0 e atuar boa parte do jogo com um a menos. Na época o time holandês tinha a base da seleção do país que disputaria a Copa do Mundo de 1998.
Tite: 2001-2003
Campeão gaúcho com o Caxias em 2000, Tite foi contratado pelo Grêmio e conquistou o Gauchão e a Copa do Brasil no ano seguinte, quando fez sua melhor temporada. Em 2002, o sucesso foi relativo. O Grêmio deixou o Estadual de lado e fez uma boa Libertadores e um bom Brasileiro: Tite conduziu o time ao terceiro lugar em ambos. Mas já ouvia algumas críticas.
Em 2003, em 28 jogos o time venceu seis, empatou nove e perdeu13, no ano do centenário do clube. Além disso, o episódio das "ovelhinhas" acabou desgastando ainda mais a relação. Ele foi acusado pelo então vice de futebol, Luís Vallandro, e o diretor Luiz Onofre Meira, de proteger jogadores como Luís Mário, Anderson Lima e Rodrigo Fabri.
Mano Menezes: 2005-2007
No comando do 15 de Novembro, em 2004, Mano Menezes teve seu trabalho reconhecido nacionalmente pela boa campanha na Copa do Brasil, terminando a competição em terceiro lugar. Assim que saiu do clube, treinou o Caxias e, em abril de 2005, foi contratado pelo Grêmio.
Um dos títulos mais marcantes do treinador foi a Série B, em 2005. Depois da queda em 2004, Mano Menezes comandou a equipe tricolor até a decisão, a famosa batalha dos Aflitos, que entrou para a história do clube.
Além dos títulos estaduais, o Grêmio ficou em terceiro lugar no Brasileirão de 2006 e se classificou para a Libertadores. Chegou à final do torneio, mas perdeu o título para o Boca Juniors. Mano deixou o Grêmio no final de 2007.
Não deram certo:
Nestor Simionatto: 2003
Depois de dirigir o Santo Ângelo no Gauchão e o São José na Série C do Brasileiro, o Grêmio anunciou a contratação de Nestor Simionatto. Mas a aposta não deu certo. Durou praticamente um mês. Chegou em julho e em agosto foi demitido com o time na lanterna do Brasileirão.
Plein: 2004
José Luiz Plein foi contratado em 2004, pelo trabalho à frente de Juventude e Glória. Foi jogador do Grêmio na década de 1980 e chegou ao Olímpico para dirigir um grande clube pela primeira vez. Mas ficou apenas de junho a setembro, no ano em que o clube foi rebaixado para a Segunda Divisão.
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