Depois da diretoria do Avaí confirmar a ida de Marquinhos para o Grêmio, o próprio jogador fez questão de se pronunciar sobre a saída do clube que o revelou. Com um semblante sério, o capitão pediu desculpas pelas declarações sobre as vaias dos torcedores no jogo de sábado, na derrota de virada de 3 a 1 para o Atlético-MG, no Estádio da Ressacada. 

— Vaias para mim sempre foram elogios disfarçados. Eu sei que eles estavam magoados porque praticamente já estava tudo resolvido, mas mesmo assim não queria sair daqui — confessa.



Esta é a quarta passagem pelo Leão, equipe que revelou o ídolo. Marquinhos vestiu a camisa do Avaí pela primeira vez em 3 de abril de 1999, aos 17 anos, em um jogo realizado no Índio Condá, diante da Chapecoense. Em sua despedida na tarde desta segunda-feira, dia 30, o capitão disse que chegou a fazer uma proposta para o presidente do Avaí para permanecer no clube. 

— Depois parei para pensar que isso entrando no orçamento do Avaí ia ter um desequilíbrio muito grande e a gente sabe que o Avaí hoje tem um poder aquisitivo muito menor que o clube que eu estou indo. Mas como a gente viu, já tem um crescimento muito maior do que esse próprio clube que estou indo. E não é a toa que é considerado o segundo melhor clube no Brasil no quesito crescimento, mas é muito difícil essa situação de sair daqui — analisa. 

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A despedida de Marquinhos foi acompanhada pelo presidente do Avaí, João Nilson Zunino, e pelo vice Nilton Macedo Machado. 

— O Marquinhos recebeu uma proposta muito boa. O que ele vai ganhar lá é duas vezes e meia a mais do que ele ganharia aqui em três anos. Não podemos impedir o sucesso de um jogador como ele — revela o presidente Zunino.



O capitão reconhece que a proposta financeira pesou na hora de definir o seu futuro. 

— É como o presidente falou: as pessoas têm 50 anos de carreira. No futebol não, no máximo são 15, 20 anos. Tenho que olhar para a minha família, dar um conforto maior para eles e não podia nessa ocasião deixar de pensar neles. Se fosse pensar só no Marquinhos, na paixão, ficaria aqui, mas hoje eu tenho uma família por trás, que me acompanha sempre onde eu vou — enfatiza.

Entre as suas idas e vindas no Avaí, o meia passou por Bayer Leverkusen, Flamengo, Paraná, São Paulo, Coritiba, Santa Cruz, Atlético-MG e Santos. Com a sua trajetória no futebol, Marquinhos afirmou estar preparado para a pressão que poderá vir a sofrer no novo time. 

—  Quem já jogou em grandes clubes como eu sabe da responsabilidade que é vestir a camisa de um time grande, mas mais uma vez aceitei esse desafio e vou tentar corresponder a torcida do Grêmio.

Mesmo afirmando que quer fazer história no Grêmio, o jogador disse que a torcida pelo time azurra não será apagada. 



— Continuo torcedor, independente se alguns torcedores acham que eu não devia ter saído, mas no meu coração nunca vão mandar e a minha torcida pelo Avaí nunca vai se apagar — avisa.

Depois da eliminação do Avaí na semifinal da Copa do Brasil, o time amarga duas derrotas no Campeonato Brasileiro. Ciente do momento delicado do clube, Marquinhos pediu para que o torcedor não abandone a equipe:

— Peço que não deixe para apoiar o Avaí na reta final. Apoie desde já. Se o torcedor virar as costas, deixar de apoiar, vai ficar muito mais difícil — alerta.

O ídolo da torcida azurra também agradeceu todo o apoio recebido durante os anos em que defendeu o Avaí. E não descarta, no futuro, retornar ao Avaí. Nem que seja como torcedor. 

— Agradeço ao presidente e ao vice pelo esforço de me trazer para cá e tudo o que a gente passou de alegrias e tristezas juntos. Foi muito mais alegria nesses três, quatro anos, na história desse clube que torço e que me abriu as portas aos 17 anos. Acredito que hoje não vai se fechar e espero que continuem abertas. Não sei volto para jogar, mas aqui sempre vou estar por perto, apoiando, torcendo e depois que parar corneteando também. Agradeço todo mundo e que a gente possa seguir um caminho feliz no Grêmio, que possa fazer lá o que fiz aqui — completa. 

A apresentação de Marquinhos no Grêmio deverá ser no final da tarde desta terça-feira. O meia viaja para Porto Alegre na manhã de terça-feira. No Estádio Olímpico, realiza exames médicos e assina o contrato de três anos com o clube gaúcho.