Embora a altitude de 2,6 mil metros de Cochabamba não assuste o experiente e rodado grupo do Inter, é melhor não relaxar. Ao contrário: a receita do goleiro Lauro, por exemplo, é justamente o oposto.

Leia mais
> Wilstermann treina bola aérea em segredo
> Roth conta com retornos importantes

Lauro vai para o jogo de quarta, contra os "aviadores" (é assim que são chamados os torcedores do adversário, de nome complicado para criar cantos e gritos de guerra), com a certeza de que será torpedeado.

— Estou esperando muito chute. Chute de qualquer lugar: de longe, de perto, meio de lado. Eles vão tentar aproveitar a velocidade da bola a seu favor, é claro — afirma Lauro.

O problema maior, segundo o goleiro do Inter, não é a trajetória incerta da bola. Isto é mais mito. O duro, na vida do camisa 1, é quando o chute vem reto feito foguete. A velocidade é tanta, por causa do ar rarefeito e da menor pressão atmosférica, que chega a doer nas mãos.

— Dependendo da porrada, chega a doer apesar da luva quando a gente bate na bola — compara Lauro, que já esteve duas vezes exposto à altitude: contra a LDU, na final da Recopa de 2009, como titular, e diante do Deportivo, na Libertadores do ano passado, na condição de reserva de Abbondanzieri — os dois jogos foram em Quito, cidade mais alta do que Cochabamba.

Qual é o segredo, então? Lauro tem a sua receita:

— Atenção — diz ele, rapidamente, a resposta saindo com a certeza de quem pensou bastante acerca do assunto. — A chave é a concentração. Na altitude, todo lance torna-se perigoso.

O Inter treina às 11h30min (horário brasileiro), em Santa Cruz de la Sierra, no CT do Blooming, um dos três "grandes" da cidade. Os outros são Oriente Petrolero e The Strongest. À noite, segue para Cochabamba.

O jogo, no estádio Felix Capriles, é nesta quarta, às 19h30min (horário brasileiro). Se vencer, o Inter assume a liderança Grupo 6. Passaria de quatro para sete pontos, ultrapassando os mexicanos do Jaguares, que hoje tem seis porém com um jogo a mais.