Convocado pelo técnico Sérgio Batista para disputar dois amistosos pela seleção argentina, contra Estados Unidos e Costa Rica, o volante Bolatti concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Falcão na Gaúcha, na tarde deste sábado. O jogador falou sobre seu começo no futebol aos 17 anos, no modesto Belgrano, da passagem sem muito sucesso pelo futebol europeu e da chegada ao Inter.

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Na Europa, Mario Bolatti atuou pelo Porto e pela Fiorentina. Além da dificuldade que teve de adaptação ao povo europeu, mais "fechadas" do que os latinos, o argentino foi obrigado a atuar mais adiantado do que estava acostumado. O jogador deixou bem claro que gosta mesmo é de atuar como volante à frente da defesa, mas nem por isto esquece da técnica:

— Não me acostumei a jogar de costas para a defesa. Eu sempre digo que gosto de jogar com a bola. Gosto de tratar bem a bola, distribuir o jogo, participar da partida. Tenho mais características de jogar do que de marcar. Sempre tento fazer as duas coisas. Melhorar a marcação e participar do jogo com a bola — explicou o argentino.

Em sete anos como profissional, Bollati marcou 10 gols na carreira. Três aqui no Inter. Até desembarcar em Porto Alegre, haviam sido apenas sete gols, média de um por temporada.

— Os outros sete gols foram quatro de cabeça e três com os pés. Dois de fora da área.

Apesar da semelhança entre os idiomas castelhano e português, Bolatti disse que sempre teve dificuldades com outras línguas. Porém, aqui no Beira-RIo, garante que todos se entendem:

— A gente se comunica muito com as mãos dentro de campo. Um entende o outro apenas olhando para o rosto do companheiro. O Roth fala em português, mas eu entendo tudo o que ele me pede.

Quando surgiu a possibilidade de retornar ao futebol sul-americano, Bollati, que já não estava mais recebendo chances no time da Fiorentina desde a troca do treinador, ficou entusiasmado com a chance de atuar no atual campeão da América:

— Quando surgiu a possibilidade fiquei um pouco impactado. Pensei: se não estou jogando aqui, e tenho oportunidade de jogar a Libertadores, estando perto de casa, por que não? — revelou o volante.

Companheiro de D'Alessandro na seleção argentina, o jogador buscou informações com o meia sobre o Inter. Escutou do amigo sobre a rivalidade com o Grêmio, boas notícias da estrutura dentro do Beira-Rio e não teve dúvidas na hora de fechar a transferência. Agora, ele quer realizar um sonho:

— Estar na Copa América com a seleção argentina. É um sonho para mim — concluiu.