Quando a fase é boa, nem mesmo uma polêmica com o poder de 140 caracteres tira o sorriso do rosto de Leandro Damião. Após marcar seu terceiro gol contra o Caxias, no domingo, o centroavante foi ao encontro da torcida e alfinetou o rival: contou até cinco, levantou os braços e passou-se por um árbitro auxiliar indicando os acréscimos. A alusão foi clara: Damião ironizava o gol do Grêmio aos 50 minutos diante do Caxias, na final da Taça Piratini.
 
A provocação desencadeou uma onde de protestos dos jogadores do Grêmio, via Twitter. Douglas e Carlos Alberto lideraram as críticas a Damião, que se defendeu no microblog, alegando que "futebol é alegria". Antes da viagem para a Bolívia, na manhã nublada desta segunda, Damião surgiu na sala de imprensa do Beira-Rio sereno, por vezes risonho. Como se não tivesse mexido num vultoso vespeiro chamado rivalidade Gre-Nal.

Foto: Jean Barbosa

Artilheiro absoluto do Inter com 12 gols na temporada, o jogador afirmou que acompanhou toda a confusão pelo microblog e, nesta segunda, achou melhor dar a polêmica por encerrada. Mesmo afirmando não estar arrependido, ele deixou claro que jamais repetirá o gesto ou fará nova comemoração em tom provocativo. 
 
— Faz parte do jogo, o futebol é alegria — reiterou na entrevista. — Não me arrependo, mas, mesmo assim, não gosto de deixar as pessoas magoadas.

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Com a descontração típica de quem vive um momento abençoado, Damião já projeta novas formas de celebrar seus gols. Segundo ele, suas comemorações se voltarão a motivos familiares, bem menos ruidosos e provocativos. O próximo "alvo" de Damião é o seu pai, que já foi homenageado algumas vezes pelo goleador. Dono de um frondoso bigode, seu Natalino até já chorou ao ver o filho famoso levando um bigode postiço aos lábios após marcar um gol pelo Inter.

Na foto, Damião busca no calção o bigode depois de gol no Prudente
Foto: Jean Barbosa, BD
 

— Depois da polêmica, acho que vou voltar a fazer um bigode para o meu pai – sorri Damião. — Ou um chifre para o meu tio Boi (como fizera diante do Ypiranga). Mas aquela de domingo não faço mais.
 
E, caso mantenha a incomum média de 1,7 gols por jogo, com certeza, o camisa 9 colorado vai precisar de muita cratividade (ou de uma grande família) para evitar repetições e seguir inovando depois de balançar as redes.