Depois do traumático desfecho do caso Ronaldinho, a torcida do Grêmio é novamente surpreendida. Agora, o final infeliz se deu na negociação entre o clube e Jonas. Por 1,25 milhão de euros (cerca de R$ 2,8 milhões) de multa rescisória para o Tricolor, o goleador do Brasileirão de 2010 deixa o Estádio Olímpico. Sentindo-se novamente traída, a torcida ensaia um protesto em frente ao prédio do jogador, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre.

>>> Veja como foi a coletiva de imprensa
>>> Mural: Saída de Jonas foi consequência de...
>>> Duda: Multa foi exigência de Jonas

Até as 14h, apenas dois torcedores sustentavam cartazes, à espera de Jonas. Prometendo uma manifestação pacífica, a dupla de gremistas argumentava que, com tal atitude, Jonas e seu irmão Thiago se igualavam a Ronaldinho e seu irmão Assis.

— É um absurdo isso, é a mesma coisa que os Assis fizeram — protesta Rogério Silva, 30 anos. — Todos deviam fazer parte da mesma família.

— Foi uma sacanagem, justo às vésperas da Libertadores — lamenta Paulo Roberto Ribeiro, 29 anos.

O outro alvo do protesto é a direção anterior, acusada pelos torcedores de firmar um contrato desfavorável às pretensões do Grêmio. No entanto, o ex-presidente Duda Kroeff se defendeu. Segundo ele, a cláusula que permitiu a saída do atacante nesta segunda havia sido uma “exigência” para que ele permanecesse no Olímpico.

— O que podíamos fazer, colocar um revólver na cabeça dele? — disse Duda Kroeff, em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV.

A dois dias da estreia na Libertadores, contra o Liverpool, o Grêmio perde o quinto maior goleador de sua história. O atacante somava 78 gols desde o seu ingresso no Tricolor, em 2007. No ano passado, o jogador ultrapassou o técnico Renato no ranking dos artilheiros gremistas. Foi o melhor ano de sua carreira. Na temporada, ele somou 42 gols em 65 jogos oficiais, 23 deles no Campeonato Brasileiro.