Joel Santana comemorou. A torcida também. Herrera mais ainda. Depois de quase dois meses alijado do Brasileirão, o argentino está à disposição no Botafogo. Com o ombro esquerdo recuperado de cirurgia, o atacante volta no momento mais decisivo da temporada, na última rodada do Brasileirão. E justo contra o seu ex-clube. Aos cariocas, só resta vencer o Grêmio no Olímpico neste fim de semana. Caso contrário, o G-4 vira pó e a Libertadores, um sonho impossível.

No domingo, a casamata aguarda Herrera. Sem ritmo de jogo depois de se lesionar no dia 6 de outubro, o atacante deve começar a partida no banco de reservas. Ali, sentado à espera de uma oportunidade, Herrera poderá mirar o estádio lotado e se lembrar dos tempos de Grêmio. Contratado em 2006 pelo clube gaúcho, Herrera cresceu de rendimento no segundo semestre e ajudou o time de Mano Menezes a alcançar o 3º lugar no Brasileirão.

— Minha primeira passagem no Grêmio foi muito marcante. Até porque foi meu primeiro clube no Brasil — conta o jogador de 27 anos, que atuou no Corinthians antes de retornar ao clube gaúcho, em 2009: — Será um reencontro muito bonito — projeta, pensando na torcida tricolor.

Foto: Valdir Friolin, Banco de Dados

Herrera está ansioso para disputar outra Libertadores. Antes, jogou o torneio continental pelo San Lorenzo e pelo Grêmio. O sonho só continuará firme com uma vitória no Olímpico, no domingo, acompanhada de uma ajuda do Independiente na quarta, na final da Sul-Americana. Mas o pensamento de Herrera está em Porto Alegre, para a decisão do G-4.

— Temos que fazer o nosso jogo, normal, e buscarmos a vitória. E, depois, vamos esperar pelo resultado de quarta — disse o atleta, vinculado até dezembro de 2013 com o Botafogo.

Foto: Gilvan de Souza, Lancepress

Pelo contentamento externado por Joel ao ver Herrera à disposição, é quase certo que o argentino ingressará no gramado do Olímpico, pelo menos na etapa final. Marcar a sua volta ao time com um gol seria um recomeço perfeito. Herrera sabe que deixou fãs em Porto Alegre e, por isso, não sabe se vai comemorar um eventual gol em frente à torcida que por tantas vezes o aplaudiu.

— Depende do gol. Pode ser um gol pouco importante, por exemplo, que não vá mudar o resultado. Ou pode ser um gol decisivo — explicou-se. — O que importa é que tenho muito carinho e respeito à torcida do Grêmio.

Para avivar a memória dos mais distraídos pela avalanche de rodadas, a combinação Herrera-Botafogo já rendeu problemas ao Grêmio. Pelo primeiro turno, o argentino inaugurou o placar no Engenhão, com um bonito toque na saída de Victor. Ao final, graças a Jonas, o Grêmio empatou a partida. Mas é bom sublinhar: Herrera comemorou o seu gol. 

Apesar das qualidades da dupla titular Caio e Loco Abreu, a história antecipa: o perigo pode morar na casamata ao lado.