O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou neste sábado que o corpo de um dos quatro brasileiros mortos no massacre em uma zona rural do México, próximo à fronteira dos Estados Unidos, foi identificado. Contudo, o Itamaraty informou que, neste primeiro momento, não divulgará seu nome e nem o Estado de origem.

À tarde, segundo o MRE, representantes do governo brasileiro tentavam entrar em contato com a família do brasileiro. No entanto, até as 16h40, nenhum familiar havia sido comunicado.

Além da identificação de um dos corpos, um documento de origem brasileira foi encontrado com as vítimas. O Itamaraty afirma que muito provavelmente o documento seja de um dos brasileiros mortos. Porém, o corpo deste último ainda não foi reconhecido.

Prevista para se estender por até 15 dias, a identificação dos 72 corpos encontrados começaram na última quinta-feira. Dois funcionários do Consulado do Brasil desembarcaram no local das mortes. 

Corpos foram encontrados por militares após denúncia 

Na última terça-feira, militares mexicanos encontraram os 72 cadáveres — quatro deles de brasileiros — em um rancho de San Fernando, após a denúncia feita por um sobrevivente do massacre. O equatoriano sobrevivente, de 18 anos, contou ter levado um tiro no pescoço e fingido de morto em meio aos corpos dos outros imigrantes para escapar.

Uma fonte do Ministério Público de Tamaulipas explicou que, segundo a versão do sobrevivente, os assassinos, membros do crime organizado local ligado ao narcotráfico, haviam convidado o grupo para trabalhar para seu bando, com pagamento de 1 mil dólares quinzenais. Ao rejeitarem a proposta, os imigrantes foram atacados pelos traficantes a tiros.

O equatoriano, aparentemente única testemunha do crime, indicou membros do cartel dos Zetas como responsáveis pelas mortes. Ele recebeu proteção do Ministério Público. Los Zetas são soldados desertores do exército mexicano que foram recrutados pelo narcotráfico.

O governo dos Estados Unidos, autoridades e entidades dedicadas à defesa dos imigrantes, organizações internacionais e direitos humanos criticaram a matança. Todos os países que têm cidadãos entre as vítimas já anunciaram que colaborarão com as investigações das autoridades mexicanas.

Confira no mapa o local onde os corpos foram encontrados:


Visualizar Massacre com morte de 72 pessoas no México em um mapa maior