O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) confirmou na tarde de hoje que quatro dos 72 corpos encontrados em uma zona rural no norte do México são de brasileiros. No entanto, o governo diz desconhecer o Estado de origem dos mortos e suas identidades. Autoridades do ministério viajarão para a região mexicana nas próximas horas para auxiliar nas investigações do caso.

A informação de que existiam brasileiros já havia sido publicada pelo jornal mexicano "El Universal", com base em informações repassadas por um dos sobreviventes a autoridades que apuram as mortes. Segundo a testemunha, a maioria dos mortos é de brasileiros e equatorianos.

O embaixador do Brasil no México, Sérgio Florêncio, disse que ainda não há previsão sobre a identificação dos corpos dos brasileiros. Segundo ele, o governo do México fretará um avião que deve partir amanhã para a região das mortes.

— Somente depois de chegarmos lá, poderemos ter informações de como os corpos serão identificados e como será a identificação — disse.

Os cadáveres foram descobertos na terça-feira, na cidade de Matamoros, no estado de Taumalipas, próximo da fronteira com os Estados Unidos, quando tropas faziam buscas na área depois de um tiroteio contra supostos traficantes, segundo nota divulgada pela Marinha do México.

Os corpos são de 58 homens e 14 mulheres, conforme a Marinha. Nesta quarta-feira, uma fonte da procuradoria-geral informou que um sobrevivente disse os cadáveres seriam de imigrantes clandestinos.

Militares descobriram os corpos na espécie de rancho na zona rural do México depois de uma denúncia de um homem ferido que fugiu do local. Ele seria equatoriano.

O ministério da Marinha informou o fato na noite de terça-feira em um comunicado que afirma que as 72 vítimas foram encontradas no rancho depois de se registrar um tiroteio com pistoleiros que custodiavam o local e no qual morreu um soldado e três supostos sicários.

O estado de Tamaulipas é cenário de fortes disputas entre o cartel de traficantes de drogas do Golfo e seus antigos aliados, Los Zetas, liderados por soldados de elite desertores, acusados pelas autoridades de cometer diversos massacres e de realizar sequestros em massa.

Identificação dos corpos

Nesta quarta-feira, segundo a "CNN", as autoridades mexicanas começaram a coletar as impressões digitais para tentar identificar os corpos. Responsável por investigar o caso, a Marinha mexicana disse que é uma das maiores descobertas de corpos na guerra de quatro anos deflagrada pelo país contra o crime organizado.

Depois do tiroteio, de acordo com informações dos militares, tropas encontraram um esconderijo de armas, com 21 fuzis, uniformes de camuflagem, coletes à prova de bala e quatro caminhões. Um dos veículos havia sido disfarçado para se parecer com um caminhão do Ministério da Defesa Nacional.

Confira no mapa o local onde os corpos foram encontrados: