| 27/01/2009 20h38min
O ministro de Assuntos Exteriores da Itália, Franco Frattini, telefonou nesta terça-feira para seu colega brasileiro, Celso Amorim, a quem disse que ainda espera do Brasil a extradição do ex-ativista Cesare Battisti.
Segundo uma nota da chancelaria italiana, durante a conversa Frattini expressou seu "profundo pesar" pela decisão das autoridades brasileiras de dar asilo político a Battisti.
Além disso, reiterou os motivos que, nesta terça-feira, levaram a diplomacia italiana a convocar para consultas o embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise.
Essa resolução, de acordo com o comunicado, foi uma resposta ao fato de, há duas semanas, o ministro da Justiça, Tarso Genro, ter decidido conceder asilo político a Battisti, de 53 anos, condenado na Itália por quatro assassinatos.
A Itália tem "fortes expectativas de que uma última instância brasileira possa tomar a decisão de extraditar Cesare Battisti", disse Frattini a Amorim.
Por enquanto, a retirada do embaixador no
Brasil foi a única iniciativa tomada pelo governo italiano para pressionar as autoridades brasileiras.
Battisti, ex-membro do grupo de extrema esquerda Proletários Armados para o Comunismo (PC), foi julgado à revelia em 1993 na Itália e condenado à prisão perpétua como autor dos assassinatos de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Andrea Campagna e Pierluigi Torregiani.
Liberdade
Nesta terça, o advogado de Battisti, Luiz Eduardo Greenhalgh, disse que vai entrar com novo pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o italiano seja libertado imediatamente.
O advogado criticou também a decisão do governo italiano de chamar para consultas o embaixador no Brasil, Michel Valensise.
— Não entendo a pressão descabida, desmedida, desproporcional e ofensiva do governo italiano sobre as autoridades brasileiras. É um desrespeito, uma vergonha — disse.
Advogado de Battisti disse que vai entrar com novo pedido no STF para que o italiano seja libertado imediatamente
Foto:
Eraldo Peres, AP
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