| 23/01/2009 17h55min
O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, "aprecia" o interesse do governo italiano de "recorrer a cada instrumento previsto pelo ordenamento jurídico do Brasil e pelo internacional para reforçar as razões colocadas na base do pedido de extradição de Cesare Battisti", informou nesta sexta-feira um comunicado do Quirinale, a presidência italiana, que confirma ter recebido a resposta do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Napolitano teve um encontro com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini. As informações são da Agência Ansa .
"O presidente da República, Giorgio Napolitano, recebeu hoje do presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, a resposta à carta enviada em 16 de janeiro", diz a nota do Quirinale.
"O presidente Lula quis exprimir a plena consideração do Brasil 'pela magistratura italiana e pelo Estado de direito democrático vigente na Itália e fé no caráter democrático,
humanitário e legítimo' do nosso
ordenamento jurídico.
Ao mesmo tempo, o presidente Lula se referiu às bases jurídicas internas e internacionais, da decisão tomadas pelas autoridades brasileiras em relação ao caso Battisti. A carta é concluída com a reafirmação dos laços históricos e culturais que unem o Brasil e a Itália e da vontade de reforçar as relações bilaterais entre os dois países".
Em um encontro mais cedo com Frattini, o presidente Napolitano tomou conhecimento da carta de Lula e decidiu que a Itália deverá usar os instrumentos do sistema jurídico brasileiro e do internacional para reforçar o pedido de extradição de Cesare Battisti, "condenado à prisão perpétua pelos homicídios cometidos nos anos de ataques terroristas contra a democracia italiana", disse o Quirinale.
Em 17 de janeiro, Napolitano escreveu a Lula e manifestou "profundo estupor" pela decisão do ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, de conceder status de exilado político a Battisti, ex-terrorista do
grupo Proletários Armados pelo
Comunismo, condenado por quatro homicídios ocorridos entre 1977 e 1979. Segundo a Ansa, o governo brasileiro não divulgará os conteúdos das cartas.
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