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 | 13/04/2004 14h51min

Waldomiro chora e diz estar sendo chantageado por Cachoeira

Ex-assessor aceitou ser acareado junto com o bicheiro

O depoimento do ex-assessor da Presidência da República, Waldomiro Diniz, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, iniciado na manhã desta terça, dia 13, já dura mais de quatro horas. Waldomiro chegou a chorar ao afirmar que está sendo chantageado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo o ex-assessor e ex-presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), a pressão é porque não teria interferido em favor do empresário no processo de bingo que tramitava na Casa Civil da Presidência.

Waldomiro relatou que em janeiro de 2003 recebeu um telefonema do jornalista Mino Pedrosa, que prestava assessoria a Carlos Cachoeira. Segundo o ex-assessor, o jornalista queria explicações sobre a propina que o ex-presidente da Loterj teria pedido ao bicheiro. Foi quando, segundo declarou à comissão, teria sido informado sobre a gravação da conversa que manteve com Cachoeira. Ele disse aos deputados que pediu satisfações a Cachoeira sobre a gravação e que este teria dado uma desculpa para justificar uma conversa entre os dois.

Waldomiro Diniz disse que pediu ao Procurador-geral da República, Carlos Fonteles, ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ao corregedor da República , Waldir Pires, para que fosse investigado. Lembrou que a comissão criada no Palácio do Planalto comprovou que ele não teve qualquer participação na questão dos bingos.

Em seu pronunciamento, ele aceitou fazer uma acareação com Carlinhos Cachoeira. A proposta foi apresentada pelo presidente da CPI que apura irregularidades na Loterj e no RioPrevidência, deputado Alessandro Calazans.

Waldomiro Diniz recusou-se a responder a uma pergunta sobre a negociação que teria feito com Cachoeira e que foi gravada. Disse que precisava antes ver a fita para saber em que circunstâncias ocorreu a conversa. O presidente da CPI informou que a comissão está aguardando uma cópia da fita original da conversa. 

Ele também negou declarações do bicheiro Sergio Canozzi, que teria afirmado em depoimento à comissão que o ex-assessor da presidência receberia R$ 300 mil dos caixas dos bingos. Alegou ter conhecido Canozzi na transição do governo Benedita da Silva para o de Rosinha Matheus. Diniz disse que foi procurado pelo bicheiro, que o teria convidado a ir ao escritório dele, onde foi comunicado de que seriam feitas mudanças na diretoria da Loterj. O ex-assessor alegou na CPI ter estranhado as informações de Canozzi e que não tinha sido comunicado sobre mudanças na Loterj.

As informações são da agência Brasil.

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