| 18/08/2010 06h11min
Tudo bem que Celso Roth deve estar roendo unhas à espera da decisão desta noite contra o Chivas, já que oscila entre o mais tenebroso dos infernos e o mais angelical dos paraísos. Mas o técnico jura, ao menos, estar dormindo como nos tempos de nenê em Caxias.
Fernando Carvalho não dorme há duas noites. Ou quase isso.
Sim, porque não dá para chamar de sono fechar os olhos às 5h da madrugada depois de assistir aos DVDs do JK, a série aquela que passou na Globo.
Para a noite passada, além das aventuras do presidente Juscelino Kubitschek, o cérebro criador deste Inter que está a um empate do bi da América providenciou a gravação completa da vitória sobre o Chivas em Guadalajara, na voz de Galvão Bueno.
— Não consigo dormir. Minhas olheiras descem até sabe-se lá onde — me disse um Carvalho ansioso ontem, antes do jantar com os dirigentes da Conmebol.
A família pensou em remédio para dormir, como no Mundial de 2006. Sem ele saber, lhe providenciaram um sonífero. Mas desta vez o atual vice de futebol e presidente campeão do mundo em 2006 não quer saber de pílulas por engano. Pretende se acertar com o sono e recarregar baterias na base do DVD de JK.
Não deixa de ser curioso: o lema do presidente JK era correr contra o tempo e fazer em 5 anos o que não havia sido feito em 50 no Brasil. De certa forma, com algumas licenças, é a história de Carvalho no Inter.
Em cinco anos ou pouco mais que isso, ele tirou o clube da condição de figurante e o elevou ao status de protagonista indicado ao Oscar. 50 anos em 5 era o lema de JK. Vale para Carvalho, ainda que nada dê certo para o Inter hoje.
Com obviamente ele tem a dimensão do significado do bi da Libertadores e do sonho aberto de alcançar o bi mundial, é razoável que não consiga mesmo dormir à espera da consagração. Não é pouco o que está em jogo a partir das 22h de hoje, no Beira-Rio.