| 10/08/2010 06h11min
Não faço a menor ideia de como é jogar em um gramado sintético feito esse do novíssimo Estádio do Chivas, embora suponha que a bola deve virar uma jabulani de tão rápida. Mas da torcida posso falar.
Estive em Guadalajara na semifinal da Copa Sul-Americana, em 2008, no velho Jalisco que eternizou os encantos de Pelé em 1970, assim como em Pachuca, na Recopa de 2007. Os mexicanos são animados, pressionam, incentivam. Fazem a "ola", uma invenção nacional exportada para o mundo.
Mas perto de jogar contra o Estudiantes em Quilmes, Guadalajara é playground de shopping.
Tanto lá como aqui, há os fanáticos acomodados atrás das goleiras, pulando e cantando o tempo todo. Só que o clima é festivo. Não há componentes bélicos.
O portão de acesso ao estádio não será fechado ao ônibus para atrasar os preparativos dos jogadores no vestiário, como aconteceu em 2005, na Bombonera, na derrota do Inter por 4 a 1 para o Boca.
Nem será preciso fechar as cortinas e apagar as luzes nas proximidades do estádio rival, como fez a delegação do Santos ao se aproximar do Barradão na final da Copa do Brasil, por orientação da Polícia Militar de Salvador.
Há diferenças entre 2008 e 2010, é claro que sim. Antes era Sul-Americana, agora é Libertadores. Antes era semifinal, agora é final. Antes era o Jalisco estatal, agora é o orgulho do futurista Omnilife Stadium. Ainda assim, não há sinais de batalha azteca contra estrangeiros usurpadores.
Não que isso seja suficiente para o Inter, mas é sempre melhor se preocupar apenas com futebol em uma decisão fora de casa.
PS: Uma cirurgia no joelho, destas de reconstituir ligamentos e menisco em frangalhos, me tirou de ação por um tempo, para além de uns dias de férias. Como se vê, voltei. Ao pessoal que mandou e-mail e recados pelo twitter desejando sorte na recuperação, o meu muitíssimo obrigado. Podem ter certeza: é muito bom ler mensagens de apoio, ainda que não tenha sido nada assim dramático. Valeu mesmo.