| 05/06/2010 16h10min
Uma semana se passou desde a demissão de Jorge Fossati e, do vestiário do Beira-Rio, agora emerge a verdade antes escondida ou negada.
É quase uma demonstração de força do Inter ainda estar vivo na Libertadores, a 180 minutos da final. Ninguém aguentava mais.
As palestras antes dos jogos, por exemplo. Longas, cansativas, intermináveis aos ouvidos dos jogadores. Chatas. Algumas duravam quase uma hora.
Hoje em dia as preleções mal batem nos 20 minutos. É só o tempo de relembrar o que já foi discutido durante a semana e oferecer uma palavra de entusiasmo. Do contrário, é um convite à dispersão. Produz efeito contrário: em vez de energizar, relaxa.
Testemunhas garantem que houve bocejos nas palestras de Fossati. A ideia de acordar cedo para fazer alongamento no Beira-Rio em dia de jogo irritava mesmo os mais pacientes e disciplinados. É algo medonhamente fora da cultura brasileira.
As trocas constantes de esquema beiraram a revolta. Os zagueiros apanhavam da crítica e não podiam argumentar que a dupla ou trio de área mudava mais que opinião de candidato depois de eleito.
Faltou pouco para uma entrevista enfurecida explodir nos microfones ainda no campo depois de um novo resultado ruim.
O mantra "olha o contra-ataque..." era tão repetido que murchava o mais sincero e resistente ímpeto ofensivo.
Sem falar os que não entendiam direito as instruções, como Walter. O que talvez explique seus golaços e boas atuações.
O Inter perdeu tempo demais. Este é o diagnóstico sombrio. Sem o São Paulo no horizonte, seria o caos absoluto. Ainda há esperança, mas uma esperança no limite. A margem de erro para o Inter, agora, é zero.
O jogo contra o Palmeiras, neste domingo, já faz parte deste contexto.
É ganhar para escapar de ir até o dia 14 de julho, data do retorno do Brasileirão, na constrangedora zona do rebaixamento.