O ex-responsável pelo marketing do Figueirense Futebol Clube, Nelson Galvão Jr., anunciou em seu twitter na última segunda-feira, que havia sido demitido do clube. Nesta terça-feira, dia 1º, o clicEsportes recebeu um e-mail do publicitário que fazia duras críticas à administração do clube. Entramos em contato com Galvão para falar sobre o documento recebido e para saber o por quê destas declarações. Logo em seguida, telefonamos para Leonardo Moura, consultor do Figueirense, que rebateu as colocações feitas pelo ex-funcionário.

Confira os principais trechos das entrevistas:

clicEsportes: No e-mail que você nos enviou, você afirmou que a situação administrativa do Figueirense é um caos, por que?

Galvão: As coisas tocadas pelos investidores do clube 'acontecem', já as coisas que o Lodetti toca, não acontecem. O Lodetti está acima do que acontece na realidade do clube. Ele está envolvido com o futebol, e pela parte administrativa ele não se interessa. Ele passava tudo para o Décio Mortiz (vice-presidente de administração) e não se envolvia no dia a dia do clube.  Existe uma crise instaurada no Figueirense. No momento que o Lodetti foi eleito, em uma assembleia obscura, ele mudou de atitude. Pediu para a secretária não deixar ninguém entrar na sala dele. Sempre passava de cabeça baixa. Eles têm que trabalhar em prol do clube. Fazer uma limpeza e se posicionar. Futebol é coisa de momento e eles não podem demorar a tomar decisões.

Leonardo Moura: Não existe crise alguma. Em qualquer outro tipo de associação ou empresa, isso é natural. Foi analisada toda uma situação. Tanto é verdade que ontem (segunda-feira) foi desligado um profissional do financeiro e o gerente de futebol. Então, são ações dentro de um planejamento. A diretoria que está lá está enfrentando dificuldades normais para montar uma estrutura organizada. Ao contrário. Ele (o presidente) tem um agenda ativa na administração no clube, quem executa, ordena, autoriza, é a diretoria. São os vices, junto com o presidente. Dentro de uma rotina, não tem como ficar alheio, tudo passa por isso.

clicEsportes: Você afirma também que o presidente Nestor Lodetti assinou alguns documentos sem ler, o que teria causado aquela confusão no preço dos ingressos para o jogo contra o Náutico, no dia 25. O que aconteceu?

Galvão: O Décio Moritz levava o assunto a passava para o Lodetti. No caso dos ingressos, eles levaram uma planilha para rever o custo dos associados. Havia uma outra planilha com um projeto de aumento de ingressos, que eles iriam discutir mais tarde. Eles não se atentaram para isso e a planilha foi assinada. O marketing teve que assumir a bronca dos ingressos pela repercussão que teve após a divulgação no site.

Leonardo Moura: Eu estava no momento em que foi discutido isso. Desde o inicio sempre foi dito que não teria aumento nos ingressos. Nós temos pautas de discussões, e nós documentamos as deliberações. É diferente de conformar ou afirmar uma situação. Temos documentos. Isso não procede.

clicEsportes: Você ainda não faz ideia do que causou a sua demissão?

Galvão: Eles ainda não me procuraram, mas o que chegou para mim é que foi o caso de uma readequação de verbas. Alguns acharam que eu cobrava um valor muito alto. Quando eles me chamaram eu fiz uma proposta - salário de R$ 12 mil mais uma porcentagem na captação de parceiros. Não houve nenhuma contra-proposta, nenhum alerta, e agora, depois de 60 dias estão alegando isso.

Leonardo Moura: A demissão ocorreu dentro se uma normalidade. Um processo natural que está se reestruturando. Existe um projeto e isso já é passado. As expectativas da diretoria não foram atendidas. Não é se custa caro ou não. Ele entrou dentro de um projeto e não foi a questão financeira. Foi a excelência do serviço. Ele foi contratado, recebeu em dia, e a estrutura de marketing foi a primeira a ser construída, inclusive profissionais que estavam trabalhando com ele foram contratados.

clicEsportes: O que você irá fazer daqui para frente, já que alega não ter assinado nenhum documento?

Galvão: Só comunicaram, não assinei nada. Vou me apresentar para trabalhar pois senão podem alegar abandono de emprego.

Leonardo Moura: Ele foi informado e foi repassado ao RH (recursos humanos) a solicitação dos documentos. Isso é rotina de empresa.

clicEsportes: Ontem (segunda-feira) o Erasmo Damiani (também demitido) disse que o treinador Márcio Goiano seria o próximo alvo do Figueirense. Você também acredita na demissão do treinador?

Galvão: O Márcio Goiano corre risco. Ele não está se mostrando pronto para assumir uma Série B. Eu não me envolvi muito nesta questão, mas sei que ele arruma desconfortos com a torcida por deixar o Fernandes no banco, por não dar a camisa 10 para ele. Então, ele já havia sendo questionado. O nome do Antônio Lopes realmente foi cogitado. O Lodetti dizia que iria demitir o Márcio Goiano, mas só foi demovido da ideia pelos conselheiros do clube. Hoje, os conselheiros já estão revendo isso, pois os resultados não vão tão bem.

Leonardo Moura: O Márcio Goiano tem total credibilidade com a atual diretoria. Existe um dia a dia natural, tanto na área administrativa, quanto no futebol. Não há crise alguma.

clicEsportes: Como fazer para isso não afetar os jogadores dentro de campo?

Leonardo Moura: O clima no Figueirense está normal, saudável. Pela transparência que existe hoje neste processo. A transparência é em tempo real. No futebol fizemos um final de Estadual muito bom, o futebol evoluiu muito. Não fomos para a final, mas existiu um crescimento visível. A Série B é um campeonato difícil e nós fizemos uma arrancada boa. O time está focado, a comissão técnica está tranquila e os jogadores também.