| 29/12/2009 05h11min
Fiz as contas. O Inter já investiu R$ 12,5 milhões no projeto Libertadores.
Entregou à Traffic pouco mais de R$ 7,3 milhões para ter a totalidade dos direitos econômicos de Giuliano, bancou junto ao Nova Iguaçu (RJ) R$ 4 milhões pela metade do vínculo do polivante Andrezinho e, agora, paga R$ 1 milhão e uns quebrados aos mexicanos do Morelia pelo volante Wilson Mathias, o espetacular.
Repare só: R$ 12,5 milhões saíram dos cofres vermelhos e nenhum novo reforço de talento inequívoco foi anunciado. Torrou dinheiro o Inter? Claro que não. Ao contrário.
Investiu bem, especialmente ao apostar em Giuliano e manter Andrezinho. De Wilson Mathias ouço maravilhas. Ainda ontem, no bar da Zero Hora, Falcão descrevia como havia se impressionado com os vídeos que viu de Mathias em ação. E Falcão, como se sabe, além de
enxergar futebol na condição de comentarista, jogou futebol como
poucos jogaram na história deste país. É uma opinião a ser levada em conta. Mas eu mesmo sei pouco do volante do Morelia. Então, prefiro esperar vê-lo em campo.
O duro é que, apesar de já ter gasto R$ 12,5 milhões, o Inter quase não retocou a fotografia de 2009, já um tanto desbotada sem Nilmar. Enquanto isto, os seus principais rivais na Libertadores estão se mexendo com rapidez assustadora.
O Cruzeiro está na mesmo ritmo que o Inter. Anunciou Pedro Ken e deu um azar danado com Jobson, flagrado no exame antidoping e suspenso. Na comparação com o Inter, está no mesmo patamar. Mas repare nos reforços dos paulistas.
São Paulo: Marcelinho Paraíba, Carlinhos Paraíba (o volante incansável do Coritiba) Léo Lima, Fernandinho (eleito a revelação do Brasileirão), André Luís e Xandão (zagueiros do Barueri). Dos titulares, ficaram todos: Jorge Wagner, Washington, Dagoberto, Hernanes, Rogério Ceni, Miranda. Não dá para fazer um timaço com esta gente?
Corinthians: Danilo (aquele mesmo,
armador campeão do mundo com o São Paulo em 2005), Iarley, Tcheco, Roberto Carlos. Lá na frente, Ronaldo. Ainda tem De Federico, o jovem talento argentino. E, no comando, Mano Menezes.
Não é incrível? R$ 12,5 milhões corretamente investidos pelo Inter no projeto Libertadores e nenhuma contratação como um Marcelinho Paraíba, um Roberto Carlos. Enquanto Corinthians e São Paulo acrescentam qualidade aos seus times sem parcimônia, o Inter abre o cofre apenas para manter o grupo.
O Inter está ficando para trás na comparação com seus rivais brasileiros no sonho pela reconquista da América. Ao menos por enquanto, esta é uma realidade incontestável. O parâmetro colorado não é o Gauchão ou mesmo a largada do Campeonato Brasileiro.
O negócio do Inter em 2010 é Libertadores. É voltar ao Mundial de Clubes. E, para tanto, do jeito que está não vai dar. É preciso mais para quem tem 102 mil sócios. Muito mais.
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