| 21/12/2009 05h10min
Mauro Vieira
Hoje é um dia realmente importante para o Grêmio. Não, não estou falando da reunião do Conselho Deliberativo em que representantes da OAS irão revelar novidades sobre o projeto Arena. A principal delas, ao que sei, é o financiamento praticamente acertado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para começar a obra.
Como se sabe, 45% do valor será buscado por meio de empréstimos no mercado financeiro, e 55% virá do caixa da parceira do Grêmio. Se o financiamento estiver mesmo definido, a Arena começa a sair do papel em junho, conforme o planejamento. Mas a nova casa estará pronta só em dezembro de 2012. Isso se nenhum percalço acontecer até lá, o que duvido muito.
Vamos, portanto, ao presente imediato.
Falei ontem com o
vice de finanças, Irany Sant'anna Jr. Está exultante, o Irany. Ele enviou hoje para Buenos Aires dois emissários seus, um do departamento jurídico e outro do financeiro. Faltando pouco mais de uma semana para o fim do contrato de Maxi López (foto), finalmente apareceu o dinheiro do investidor secreto disposto a bancar o argentino em Porto Alegre.
O Grêmio já tem 1,5 milhão de euros para depositar na conta dos russos do Moscou FC por 50% dos direitos do argentino.
Feito isso, poderá ser exercida a preferência para mantê-lo no Olímpico. Na Itália, fala-se que a Lazio entrou na disputa pelo atacante. Não desacredito. Maxi tem 25 anos e mercado lá fora.
O certo é que nada pode ser tão importante neste fim de ano para o Grêmio do que manter um centroavante que deu certo. E isto pode ser decidido hoje.
A história do Grêmio está marcada por times
vencedores com um camisa 9 demolidor lá na frente: Juarez, Alcindo, André Catimba,
Jardel. Até quando não é nenhum primor centroavante é fundamental. Nildo, lembram dele, na Copa do Brasil de 1994? Foi goleador. Antes e depois do Grêmio, não há quase nada a dizer sobre Nildo e seu bigode de graúna. Mas no Olímpico marcava gols.
Então, se o Grêmio quiser ganhar a Copa do Brasil pela quinta vez, atalhar a Libertadores e transformar o segundo semestre de 2010 em um jardim de tranquilidades, que garanta o seu centroavante.
Não há dinheiro, o passivo é de R$ 150 milhões, só o condomínio de credores anda na casa dos R$ 30 milhões, sei de tudo isso. Mas sei também que, justamente por estes motivos, é preciso escolher com precisão cirúrgica onde gastar.
Não há investimento melhor do que em um centroavante. Então, os dirigentes que respirem fundo se a pedida salarial de Maxi não for exatamente franciscana.
É muito mais fácil ser campeão com um camisa 9. E o Grêmio
já tem o seu. Basta não deixá-lo ir embora.