| 11/12/2009 16h41min
Existe um motivo para a escolha do Inter pelo uruguaio Jorge Fossati. O vice de futebol Fernando Carvalho queria um técnico de concepções de futebol como as dele. Alguém que organizasse o time pela defesa. Que não tivesse vergonha de armar retrancas solenes fora de casa, como no caso do primeiro jogo da final da Recopa, quando a LDU se fechou feito ostra e só se abriu para marcar o gol de contra-ataque de Cláudio Bieler, encaminhando o título.
O vice de futebol Fernando Carvalho queria este espírito para a Libertadores. Fazer o resultado em casa e se fechar atrás de verdade fora. Por isso Jorge Fossati foi o escolhido.
Além, é claro, de ter farta experiência sul-americana. Como se sabe ele jogou no Brasil. Foi goleiro no Avaí e fala português melhor do que muita gente da Província. O entrevistei no
Olímpico, depois do treino da LDU na véspera da final da
Recopa. É um português perfeito. Não aquele tosco, de latino-americano tentando falar bem português.
Fossati tem vocabulário, sabe expressões idiomáticas. Não será por falta de comunicação que deixará de ter boa relação com os jogadores. A sua relação com o Brasil, aliada a uma carreira mais consistente como treinador, seria o antídoto para fracassos como o de Juan Mugica, nos anos 80, ou mesmo De León, mais recentemente, ambos no Grêmio. Ou Pedro Rocha, no Inter.
Não é um treinador excepcional, mas a escolha dele tem o mérito de ser uma novidade. E não uma novidade assim do nada, só pela prazer de ser diferente. Trata-se de um profissional com trajetória.
Fossati pode ser uma incógnita no Brasil, mas é louvável o Inter tentar sair das soluções óbvias de sempre: Muricy Ramalho, Abel Braga, Luxemburgo, Dorival Júnior, Cuca. Se der certo, pode representar uma queda de paradigmas. Treinador uruguaios e argentinos normalmente não são bem aceitos entre
os jogadores brasileiros. No
Corinthians, Daniel Passarella foi boicotado.
É uma tentativa válida a do Inter com Jorge Fossati. E barata.
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