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 | 17/11/2009 05h40min

Despedida de Clemer teria Fernandão no Beira-Rio

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



 Silvia Izquierdo, AP










Depois da grande despedida que o Cruzeiro organizou para o argentino Juan Pablo Sorín, uma celebração grandiosa e emocionante, com o Mineirão lotado, o Inter cogita fazer o mesmo para Clemer. Se depender do vice de futebol Fernando Carvalho, já está decidido: haverá uma grande celebração para encerrar o ciclo do mais vitorioso goleiro da historia do clube. Conversei com Carvalho a respeito. Repare a resposta:

— Por mim, é só marcar. Quando ele quiser: hoje, amanhã, no ano que vem. Se tem alguém que merece uma homenagem deste tamanho, é o Clemer.

Clemer nada pedirá. Foi o que ele disse quando tratamos da provável iniciativa no pátio do Beira-Rio. Na verdade, aí está um assunto capaz de provocar ao mesmo tempo emoção e constrangimento no goleiro de 41 anos. Alguém poderia argumentar que está se oferecendo ou buscando mera promoção pessoal se ele dissesse "sim, eu quero". Então, Clemer se esquiva. Diz que não há homenagem maior do que lembrar das festas do Mundial e da Libertadores. E evita falar em jogo de despedida.

— Ainda não decidi se paro este ano. Vamos ver, vamos ver — suspira o goleiro.

Clemer não admite, mas adoraria receber uma homenagem assim depois de sete anos de vida dedicada ao Inter, uma raridade em tempos de jogador beijando um escudo diferente a cada ano. Além do justo reconhecimento a um protagonista das maiores conquistas do Beira-Rio, a festa proporcionaria uma oportunidade única: pavimentar a reconciliação em grande estilo com Fernandão.

Fernandão e Iarley seriam convidados especiais. Carvalho, pivô do desgosto manifestado pelo ex-capitão, que sentiu-se rejeitado ao tentar retornar após um ano no Catar, deixa a porta aberta:

— Claro que o Fernandão tem que vir. Ele e o Iarley. São ídolos do clube e amigos do Clemer. Ele pode convidar quem ele quiser. A festa seria do Clemer.

O Brasil precisa aprender a reverenciar os ídolos que marcam trajetórias especiais em seus clubes. É disso que vive o futebol: de ídolos e sua relação encantada com o torcedor. Alguém duvida que Rogério Ceni terá jogo de despedida no São Paulo? E Marcos, no Palmeiras? Danrlei não terá a sua festa no Grêmio, mesmo aposentado?

Não pode ser diferente com Clemer. O Inter precisa se mexer.

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