| 02/12/2009 15h10min
O técnico Márcio Araújo se despediu do Figueirense nesta terça-feira, dia 2, após assinar a rescisão do contrato, que se encerraria no final do ano. Em entrevista à rádio CBN/Diário, Araújo elogiou a estrutura do Alvinegro, pediu desculpas à torcida por não conseguir o acesso, e preferiu dar um "até logo" ao clube catarinense ao invés de dizer um definitivo adeus.
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O treinador, no entanto, não conseguiu escapar do assunto mais espinhoso das últimas semanas: o desabafo do volante
Jeovânio sobre os problemas internos da equipe ao longo da Série B. Araújo
afimou não ter tido nenhum entrevero pessoal com o jogador, e se disse espantado com as declarações:
— Eu particularmente não tive problema com o Jeovânio. Me surpreendeu muito as declarações, porque são via imprensa. Poderia ter chamado e conversado com a gente e, se eventualmente em algum momento tivemos algum erro de avaliação com ele, a gente tem que reconhecer. Da nossa parte não (há ressentimento), eu vou seguir minha vida, acho que talvez tenha sido desnecessário. Acho que algumas declarações não são a realidade. O jogador, e eu também fui, não consegue avaliar o todo. Na medida que você acha que um jogador deve jogar, está desmerecendo o outro que entrou. Não é essa a função do jogador, de achar que esse ou aquele deve jogar, ou que eu devo jogar, essa é a função do técnico. Ninguém assina o contrato para ser titular, para ficar no banco, para ser convocado. Somos todos profissionais e temos um contrato para fazer a nossa parte.
Profissional
com história
O
ex-comandante alvinegro preferiu não criticar Jeovânio, ponderando que o atleta pode ter feito as declarações em um momento de desequilíbrio:
— É uma pessoa boa, um profissional que tem uma história aqui. Talvez em um momento de desequilibrio acabou tendo algum tipo de declaração que na realidade não é aquilo que realmente aconteceu.
Reconhecimento
Por fim, usando o assunto Jeovânio como "gancho", Araújo fez um desabafo sobre o que considera o ideal para um atleta se destacar dentro do esporte: esforçar-se para que o reconhecimento venha de terceiros, e não de si próprio:
— Acho que essa cultura tem que mudar. Acho que foi desnecessário, não foi algo oportuno da parte dele (Jeovânio). Mas tudo bem, a vida tem que seguir, as verdades sempre aparecem. Me deixou até um pouco perplexo, porque um jogador com uma demonstração dessa do último jogo... evidentemente aquele que não joga sempre
vai ficar descontente. Mas que a gente aprenda com o
(atacante do Barcelona) Ibrahimovic, com o (ex-atleta) Michael Jordan, quando jogou basquete. Que a gente aprenda com aqueles atletas que entram para jogar cinco minutos, e se você quiser ser o melhor, ser reconhecido, que você se doe. Que você sirva aonde você trabalha, é dessa forma que o reconhecimento vem. O reconhecimento vem dos outros — encerrou.