| 05/02/2007 17h04min
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), marcou para esta terça-feira a primeira reunião de líderes desta legislatura. O novo presidente da Casa, eleito na quinta-feira com o apoio de 261 deputados, disse que o aumento do salário do Legislativo não é prioritário.
– Vou propor que os líderes se reúnam com suas bancadas, vou ouvir as opiniões e levar a plenário, mas não é prioridade – afirmou o petista, após almoço reservado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Este foi o primeiro encontro reservado do petista com o presidente, depois de ter assumido o comando da Casa, na última sexta-feira. Chinaglia disse que Lula não fez nenhum apelo específico e que as prioridades da Câmara serão definidas pela Casa. Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), cujas medidas provisórias (MPs) e projetos de lei terão de ser aprovados pelos deputados e senadores, Chinaglia disse que será discutido em uma reunião nesta semana entre os dois e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
– Temos um mês e meio pela frente. Creio que esse trâmite será tranqüilo do ponto de vista do prazo, e intenso no conteúdo. Eu quero dar um trâmite especial ao que não for MP. Pode até levar mais tempo do que o apropriado, mas é preciso ter esse tipo de cuidado – disse.
Com relação às reformas política e tributária, Chinaglia disse que são prioritárias, mas que os dois assuntos ainda terão de ser debatidos no Congresso:
– Claro que é (prioritária a aprovação das duas reformas), mas não significa criar a ilusão de que esses assuntos vão naturalmente acontecer em prazo curto.
O parlamentar voltou a negar que a eleição na Câmara tenha deixado divisões na base governista.
– Como disse no exato momento do resultado, a eleição é uma questão do passado. Agora vou trabalhar para que a Câmara produza o melhor. Estarei aberto a todas as bancadas e todos os líderes partidários.
O petista não quis opinar sobre a carta do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, em que defende a "refundação do PT". No documento, que causou polêmica na reunião do partido neste final de semana, Tarso discorda da tese de que o PT deve ser independente do governo.
– Não creio ser oportuno opinar sobre questão interna do PT. Não posso me dissociar da condição de presidente da Câmara – disse Chinaglia.
AGÊNCIA O GLOBO