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 | 02/02/2007 08h55min

Chinaglia diz que não será instrumento do PT

Novo presidente da Câmara afirmou que trabalhará de forma imparcial

 

O novo presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), eleito ontem em dois turnos, afirmou hoje em entrevista à Rádio Gaúcha que não será um instrumento do PT.

– Sinto informar o PT, mas eu não vou ser instrumento do PT. Vou ser presidente da Câmara dos Deputados – disse Chinaglia, após garantir que tratará todas as bancadas de todos os partidos de forma igual.

O deputado afirmou também que acredita que a formação dos blocos foi um erro, que terá conseqüências dentro da Casa.

– Eu creio que os blocos vão fazer com que haja uma interferência direta na escolha das comissões. Foi um erro, aquilo foi um fato de campanha, nós não podíamos permitir. Então eles fizeram um bloco de 70 deputados, nós fizemos um bloco de 270 e vai ter conseqüências.

Chinaglia disse que agora, o desafio é articular com os líderes para dar início à nova legislatura inicialmente, e que a Câmara precisa recuperar sua autoridade e seu prestígio. Sobre a polêmica do aumento de 92% para os parlamentares, o petista disse que não tem isso como prioridade.

– Nós vamos dar o reajuste pelas perdas inflacionárias, se depender da minha opinião. Com isso nós precisamos encerrar qualquer movimentação salarial. O teto deve ser discutido abertamente. Muitas vezes, o teto é discutido como uma caixa preta. Não temos pressa, nem um compromisso, não é prioritário agora.

Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, o petista disse que é a favor de um aumento ou uma reposição da inflação e levará a proposta para ser discutida pelo plenário.

- Não é verdade que eu defendi o aumento de 92% durante a campanha. O que ocorreu é que o presidente Aldo e o presidente Renan deixaram para levar essa proposta aos líderes no meio da disputa eleitoral. Eu fui o penúltimo líder a opinar. Ali, todos, exceto do PT e do PSOL falaram a favor. Portanto, era uma disputa eleitoral - afirmou.

O petista afirmou ainda que a campanha pela presidência da Câmara foi difícil. Segundo ele, a maior dificuldade era quando se noticiava que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferia seu adversário Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que buscava a reeleição.

- Os deputados da base do governo, evidentemente, falavam "como vamos te acompanhar, se o presidente está contra?" A pergunta que mais se ouvia é se eu iria até o final. Eu ouvi essa pergunta, porque na eleição do Aldo, eu retirei a minha candidatura para apoiá-lo - afirmou ao Bom Dia Brasil.

O novo presidente da Câmara contou que recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– (Lula) Me cumprimentou, eu agradeci e ficamos de ver um horário – disse, completando que provavelmente o encontro seria ainda hoje.

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